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Empresas brasileiras contratam menos mulheres, mostra IBGE

A contratação de homens ainda supera a de mulheres nas empresas brasileiras de médio porte. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (6), revelou que funcionários do sexo masculino somam mais de 60% dos empregados nestas instituições.

De acordo com o levantamento, as mulheres têm melhor situação hoje no mercado de trabalho, mas ainda ficam em desvantagem nas empresas de grande porte (com 250 empregados ou mais). Nessas instituições, a participação feminina chegou a 46,4% em 2015. As pequenas empresas (até 9 empregados) ficam em segundo lugar em termos de participação feminina (45%).

A presidente do PSDB-Mulher do Amazonas e tesoureira da Executiva Nacional do PSDB-Mulher, Cecília Otto, acredita que, para que as diferenças sejam eliminadas, é preciso que exista maior fiscalização e que a lei seja cumprida.

“Para conseguirmos estar em pé de igualdade com os homens do ponto de vista financeiro, nós temos que fazer valer a lei. O que diferencia uma mulher com a mesma qualificação que o homem em um processo seletivo? A condição de ser mulher é atrelada ao possível desempenho, por uma possível gravidez ou doença dos filhos. Isto é preconceito e não pode existir”, afirmou.

Salário

A pesquisa mostrou ainda que a diferença salarial continua grande entre homens e mulheres. De acordo com o IBGE, em 2015, elas ganhavam o equivalente a 81% dos salários dos homens, em média (R$ 2.191,59).

Já em relação a 2014, ano de início da recessão, o total da população assalariada sofreu uma redução média de 3,2% na remuneração. A queda, contudo, foi menor entre as mulheres (-2,3%) do que entre os homens (-3,5%) empregados no setor formal da economia.

Cecília Otto lamentou a diferença e ressaltou que lutar pelo direito à igualdade de gênero faz parte do dever como cidadã das mulheres.

“Se fala muito sobre os direitos, mas e os deveres? Ainda existe algumas mulheres que não se aprofundam e continuam caladas e aceitando serem expostas à situação de submissão nas empresas, dentro de casa, pelo patrão, pelo namorado e acham que exigir respeito não faz parte do processo da lei. É preciso também exercitar a consciência sobre os deveres como cidadã”, alertou.

Avanço feminino

A pesquisa mostrou também progressos das mulheres no setor privado (38,8%.), na administração pública (58,3%), nas entidades sem fins lucrativos (55,8%.), atividades profissionais, científicas e técnicas (50%), entre outros.

O levantamento do IBGE atribuiu estes avanços ao melhor nível de qualificação das mulheres, que detêm mais diplomas de ensino superior e pós-graduação, em média, na comparação com os homens.