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Faltam intérpretes de Libras em órgãos públicos, adverte Terezinha Nunes

Durante audiência pública, promovida pela Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência da Assembleia Legislativa de Pernambuco, da qual faz parte a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB—PE), homens e mulheres que têm problemas auditivos reclamaram da ausência de intérprete de Libras em vários órgãos públicos. Sem conseguir comunicação, muitos deles não são sequer atendidos.

“Apesar de ser obrigatório por lei, os hospitais públicos e privados de Pernambuco não têm intérprete da Língua Brasileira de Sinais [Libras], levando ao suplício as pessoas surdas que somam mais 50 mil no estado e não conseguem se comunicar quando precisam”, ressaltou a tucana nas redes sociais.

Terezinha Nunes afirmou ainda que as queixas se estendem à ausência de intérpretes de Libras inclusive em salas de aula, embora a legislação brasileira obrigue a presença de um profissional quando há alunos com deficiência. As reclamações são mais intensas no ensino médio.

O presidente da Associação de Surdos de Pernambuco, René Ribeiro, disse que são numerosas as dificuldades enfrentadas pelos deficientes no cotidiano. “Temos vários problemas, mas os principais são as questões relacionadas à saúde, os hospitais não têm um tratamento adequado, outra barreira séria é a ausência de professores que dominem o ensino de libras”, afirmou.

Pelos dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, cerca de 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva (DA), o que representa 5,1% da população brasileira. Aproximadamente 2 milhões têm grande dificuldade para ouvir e 344,2 mil são surdos, os demais apresentam alguma dificuldade auditiva.

Crianças e jovens até 19 anos representam cerca de 1 milhão de deficientes auditivos. A maioria vive em áreas urbanas, segundo o IBGE. Já a Organização Mundial de Saúde, com dados de 2011, elevou o número total de brasileiros com algum tipo de deficiência para 28 milhões de pessoas.