Opinião

“Merci, France”, por Solange Jurema

Foto: Javier/PSDB RJ

No último fim de semana, a França deu um exemplo para o mundo: dos 577 novos deputados eleitos, 233 são mulheres, um recorde para o país. Assim, a França pulou da posição 64 para a 17 no ranking mundial de representação feminina parlamentar, e para o 6.º lugar na Europa, de acordo com dados da União Interparlamentar.

Uma lição que deve ser tomada por nós, mulheres brasileiras, como meta, afinal o Brasil ocupa a 115ª posição no ranking mundial de presença feminina no Parlamento dentre os 138 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI). Um triste retrato do cenário nacional. Mas o que fazer para mudar essa realidade?

Reagir! Temos de tomar consciência que o lugar de mulher é, sim, na política. Somos nós que pensamos, de forma prática e direta, no bem-estar de crianças e idosos porque no dia a dia, cabe à mulher levar o filho na creche e acompanhar o idoso na consulta médica, por exemplo.

Estamos a um ano e quatro meses das eleições gerais – para presidente da República, governador, senador, deputados federal e estadual – e há somente 10% de mulheres no Parlamento brasileiro. Até hoje não atingimos a meta da média mundial de 1990, que é 12,7% de representantes femininas no Parlamento. Infelizmente estamos mais próximos de países do Oriente Médio e da África.

Precisamos trabalhar muito para mudar esse quadro e a hora é agora. Temos de participar dos cursos de formação política, das reuniões do partido e das discussões como um todo. Com 40% de mulheres chefes de família, o Brasil tem potencial para elevar a participação feminina no sistema político.

A luz de alerta acende quando constatamos que dos 27 senadores eleitos em 2014, apenas cinco são mulheres. Na Câmara, de 513 deputados federais, 55 são deputadas.

*Presidente nacional do PSDB Mulher e ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas Públicas para Mulheres no governo Fernando Henrique Cardoso