Uma em cada três brasileiras sofreu algum tipo de agressão no último ano, segundo a pesquisa “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizada pelo Instituto Datafolha e divulgada nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. Segundo a pesquisa, o agressor pode estar mais perto do que se imagina. Em 61% dos casos relatados, eles eram conhecidos das vítimas, e as agressões ocorreram principalmente dentro de casa. O estudo projetou ainda que 503 mulheres foram vítimas de violência física a cada hora no país em 2016.
A deputada federal Mariana Carvalho (PSDB-RO) afirma que os números atemorizam as brasileiras, e acredita que eles podem ser ainda maiores, em vista do medo que as mulheres possuem em denunciar a violência sofrida. A pesquisa mostra que, apesar do acesso à informação e da consolidação da Lei Maria da Penha, 52% das consultadas pelo instituto que reportaram agressões não fizeram nada a respeito.
“É muito assustador, e eu acredito que esse número pode ser ainda maior, porque muitas mulheres não têm coragem de ir a uma delegacia, fazer a denúncia, falar que estão sendo agredidas, sofrendo algum tipo de violência dentro de casa, na rua, onde for. Mas o grande problema é que, infelizmente, as mulheres ainda são consideradas o ‘sexo frágil’, e elas têm que saber que elas possuem muita força, e que têm que denunciar, e não podem aceitar.”
Apesar dos dados alarmantes, Mariana Carvalho deposita as esperanças em projetos de lei que podem reduzir a violência contra a mulher. Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados vai priorizar as demandas da bancada feminina da Casa, e que incluem a votação de proposições que determinam, por exemplo, a distribuição de exemplares da Lei Maria da Penha nas escolas, bibliotecas, hospitais e delegacias. A tucana acredita que o investimento em educação primária pode fazer com que os homens aprendam desde pequenos a respeitar as mulheres, e com isso mudar o futuro.
“Eu acredito que isso parte até mesmo de uma educação de qualidade primária, dos homens aprenderem dentro da escola como tratar uma mulher. Assim, a gente pode mudar o futuro. Eu acredito que desde criança as pessoas devem saber o que não é certo. Muitas vezes, acabam aprendendo na sala de aula, um amiguinho incentiva o outro, e crescem achando que isso é correto. É preciso aprender dentro de casa e, principalmente, em sala de aula, a como ter um convívio diário com as mulheres e respeitar.”