Opinião

“Diante de um ambiente econômico incerto, empoderar as mulheres no trabalho é a chave”,por Luiza Carvalho

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Luiza Carvalho, diretora regional da ONU Mulheres Américas e Caribe, na consulta regional preparatória da 61ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres, que acontecerá, em março deste ano, em Nova Iorque Foto: ONU Mulheres Américas e Caribe

Esta semana, ministras da mulher de mais de 30 países latino-americanos e caribenhos estão, no Panamá, participando da preparação da sessão anual do principal órgão mundial em matéria de igualdade de gênero: a Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW, na sua sigla em Inglês). Neste ano, o tema prioritário é o empoderamento econômico das mulheres no mundo de trabalho, o qual está em mutação.

O debate não poderia acontecer num momento mais oportuno. A economia da América Latina e Caribe se contraiu em 2016 e, para 2017, se projeta um tímido crescimento de 1,3%, segundo as Nações Unidas. Empoderar economicamente as mulheres abre uma possibilidade real de reverter esse cenário: estima-se que, ao superar as lacunas de gênero no mercado de trabalho, seria possível aumentar o PIB per capita, na região, em 14%.

Apesar de alguns avanços, as lacunas persistem em todos os extratos sociais. As mulheres se deparam com três realidades diferenciadas no mercado de trabalho. Num extremo, nos chamados “pisos escorregadios”, estão as mulheres mais pobres e com menores níveis de instrução, confinadas em setores de baixa produtividade e alta precariedade com escassas possibilidades de progresso. No outro extremo, estão as mulheres que desenvolveram as suas capacidades e contam com recursos para ascender a trabalhos com melhor qualidade, mas que se chocam contra os “tetos de vidro” que limitam o seu crescimento e bloqueiam seu acesso à tomada de decisões. Entre esses dois extremos, nos “degraus quebrados”, estão as mulheres com níveis médios de formação laboral, as quais não contam com cobertura ou acesso pleno à proteção social, incluindo o cuidado, e permanecem altamente vulneráveis à volatilidade do ambiente econômico.

As cifras são contundentes: os homens ganham, em média, 19% mais que as mulheres na América Latina, e 55% dos empregos das mulheres estão na economia informal.

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