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Promoção da igualdade no mercado de trabalho é “fundamental” para desenvolvimento do país, afirma Solange Jurema

SolangeBrasília (DF) – Inclusão das mulheres no mercado de trabalho, igualdade de gênero e adoção de políticas públicas para atender mulheres. Esses foram alguns dos temas debatidos pela diretora da empresa de tecnologia Cisco, Monique Morrow, em entrevista ao jornal El País, publicada nesta quarta-feira (1º). Estudos calculam que a igualdade poderia produzir mais de € 8 trilhões (R$ 27,2 trilhões) de lucro mundial. Para a presidente nacional do PSDB-Mulher, Solange Jurema, o fim da desigualdade e o consequente aumento das mulheres no mercado de trabalho são “fundamentais” para o desenvolvimento de um país.

“Durante a recessão vivida na crise mundial de 2008, cada país deu um direcionamento de como sair da crise. Uma das coisas que o Japão fez foi facilitar a entrada das mulheres no mercado de trabalho. O Estado apoiou e permitiu essa inclusão. Assim, eles conseguiram sair do cenário recessivo. O Brasil precisa muito disso”, afirmou.

Segundo ela, o segmento feminino do PSDB defende a adoção de políticas públicas pelo Estado para atender mulheres. “É uma das nossas grandes bandeiras. Hoje, muitas mulheres não podem trabalhar porque não têm onde deixar seus filhos ou não têm dinheiro para pagar creche. É gigantesca a quantidade de mulheres capacitadas e preparadas para entrar no mercado que poderiam estar contribuindo muito mais, mas não podem porque muitas vezes não têm apoio do Estado. Isso traria um enorme aporte econômico e de possibilidades de contribuição para o desenvolvimento dessas mulheres”, completou.

Como reverter

Na entrevista, a diretora executiva revela que será necessário esperar mais duas gerações para superar este problema, mas que a luta pelos direitos das mulheres deve continuar. Na avaliação de Solange, a adoção da inclusão deve ser “imperativa” e “obrigatória” nas empresas.

“Acredito que isso faz parte de uma mudança geral de filosofia e que devemos executar no ambiente de trabalho. Os países que conseguiram mais rápido essa reversão foi colocando metas ou cotas, dando vantagens para as empresas que colocassem mulheres. Isso é uma maneira de fazer com que essa igualdade aconteça mais rapidamente. Se deixarmos pela livre escolha dos grandes empresários, não vai ter nada”, ressaltou.

Desigualdade

Em setembro de 2015, as Nações Unidas aprovaram 17 metas para o desenvolvimento sustentável do mundo. A primeira é acabar com a pobreza. A quinta, acabar com a desigualdade de gênero. Para a tucana, há uma grande correlação entre as duas questões.

“Todos os estudos mostram que o pobre mais pobre no Brasil é uma mulher negra nordestina rural. Quando fazemos uma avaliação de pobreza, as mulheres são mais pobres exatamente porque acumulam muitas funções, como cuidar dos filhos, da casa, fazer comida. Quase metade (40%) das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres e, como muitas não têm contribuição do companheiro, acabam ficando com muita dificuldade de conseguir um trabalho, de sair de casa. Fica claro que a adoção de políticas públicas para atender essas mulheres é fundamental”, avaliou.

Ainda segundo Solange, a ausência de políticas sociais afeta sobretudo a vida das mulheres e agrava ainda mais a situação de pobreza do país. “A adoção de creches e escolas em tempo integral, por exemplo, melhoraria o nível de escolaridade do brasileiro como um todo. A falta desse tipo de apoio do Estado prejudica demais a vida das mulheres pois são elas que perdem o dia de emprego para levar o filho no posto de saúde e perdem o dia de emprego, que é descontado do salário. Precisamos mudar esse cenário”, destacou.

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