Opinião

“Pelas boas práticas sociais”, por Solange Jurema

Foto: Tania Ribeiro
Foto: Tania Ribeiro

Foto: Tania Ribeiro

Nesta semana o Secretariado Nacional da Mulher/PSDB teve a oportunidade de se reunir em Brasília e fazer uma avaliação das eleições municipais, que elegeram 641 mulheres prefeitas (11,5% do total) e 7,8 mil vereadoras (13,5% do total).

As urnas contemplaram 78 prefeitas tucanas, 79 vice-prefeitas e 714 vereadoras, um sucesso diante da pulverização partidária ocorrida nas eleições de 2016 e da conhecida dificuldade em formar chapas com mulheres realmente competitivas e não “laranjas”, como ainda ocorreu nesse nosso imenso Brasil.

Só para registro: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou nada menos do que cerca de 15 mil candidatas que não alcançaram um voto sequer, nem o próprio, o que lhes atesta o perfil de “laranjas” oficiais das coligações que as incluíram apenas para cumprir a exigência legal de 30% de gênero na homologação de suas chapas.

Inaceitável!

No entanto, tivemos outras boas notícias. As urnas fizeram com que as tucanas mudassem seu status nas administrações das cidades e aumentassem os números de cidadãos sob sua responsabilidade.

A população governada por tucanas será de 2,4 milhões a partir de janeiro de 2017, um pouco mais do que os 1,9 milhão de 2012. Além disso, governaremos mais cidades de médio porte.

Ainda bem que no Secretariado Nacional da Mulher/PSDB pudemos constatar que a política de qualificação de nosso quadros femininos, militantes e pré-candidatas alcançou enorme resultado: nada menos do que 57 das 78 tucanas eleitas para comandar prefeituras passaram por nossos cursos de capacitação em parcerias com o Fundação Konrad Adenauer (FKS) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) – 65% do total.

Esse resultado em particular é extremamente importante porque revela o acerto da linha político-partidária do Secretariado Nacional, a necessidade de lutarmos por mais recursos do Fundo Partidário como determina a legislação e fazermos uma boa programação para o próximo ano.

E nosso olhar, na reunião, se voltou exatamente para o futuro, para o muito que ainda temos que fazer para mudar esse quadro eleitoral e representativo tão injusto e pouco representativo da realidade da presença da mulher nas atividades política, econômica e social brasileira.

Agora mesmo, no dia 25 de novembro o PSDB fará um encontro nacional reunindo em Brasília os seus 791 prefeitos eleitos, entre eles as 78 tucanas, consagradas nas urnas.

Será uma excelente oportunidade para todas nós discutirmos alguns pontos essenciais de uma boa gestão: a preocupação com a situação da mulher no município, o trato correto e honesto da coisa pública e a busca de recursos federais e estaduais para o município.

Vamos também reiterar as sábias palavras do presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, que em recente artigo publicado na imprensa sintetizou o caminho: “Que o PSDB não se esqueça do seu Ethos de bom gestor econômico, ao contrário, mas se caracterize por boas práticas nas políticas sociais. ”

Temos ainda, a partir do dia 25 de novembro, a Campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra As Mulheres, que todos os secretariados estaduais estão mobilizados para mostrarmos nossa indignação e repúdio. Em 2017, teremos também a premiação da Medalha Ruth Cardoso, prevista para maio.

Ou seja, temos muito o que fazer e já começarmos a nos preparar para os novos embates eleitorais de 2018.

*Solange Jurema é presidente nacional do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB