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Zika reduz fertilidade e testosterona em camundongos machos, diz estudo

Imagem é representação da superfície do vírus da zika; equipe de cientistas conseguiu determinar a estrutura do vírus pela primeira vez (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)
Imagem é representação da superfície do vírus da zika; equipe de cientistas conseguiu determinar a estrutura do vírus pela primeira vez (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)

Imagem é representação da superfície do vírus da zika; equipe de cientistas conseguiu determinar a estrutura do vírus pela primeira vez (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)

Médicos infectaram roedores e viram redução após três semanas.

Pesquisa foi publicada na revista científica ‘Nature’.

Do G1, em São Paulo

Novo estudo mostra que zika causa problemas de fertilidade em camundongos machos

Um novo estudo com camundongos machos demonstrou que a infecção pelo vírus da zika pode ter consequências para indivíduos do sexo masculino e sua capacidade de ter filhos. Os resultados foram publicados na revista “Nature” nesta segunda-feira (31).

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A pesquisa indica que o vírus tem como alvo o sistema reprodutivo masculino. Três semanas após os camundongos terem o zika injetado em seu organismo por pesquisadores, seus testículos encolheram para um décimo do tamanho, os níveis de hormônios sexuais caíram e a fertilidade foi reduzida. No geral, os roedores que tiveram o vírus eram menos 4 vezes propensos a engravidar as fêmeas.

“Realizamos este estudo para entender as consequências da infecção por zika em homens”, disse Michael Diamond, co-autor do estudo. “Mesmo que nossa pesquisa tenha sido feita em camundongos – e com a ressalva de que nós ainda não sabemos se o zika tem o mesmo efeito em homens – ela sugere que os homens podem ter níveis de testosterona mais baixos e um número menor de espermatozoides após a infecção pelo zika, afetando a fertilidade”, completou.

Até agora, a maior parte das pesquisas para compreender as infecções pelo vírus se concentrou em entender os efeitos nas mulheres grávidas, devido às consequencias graves para com os bebês, como a microcefalia e outras malformações decorrentes da síndrome congênita do zika.

O vírus permanece no sêmen por meses após o contágio. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) recomendam que os homens que viajaram às regiões endêmicas do zika usem preservativos durante pelo menos seis meses, independente de qualquer sintoma.

Após os resultados com relação aos testículos, hormônios e fertilidade, os pesquisadores ainda pretendem compreender se os efeitos do vírus nos camundongos machos são definitivos. “Não sabemos se o dano é irreversível, mas acredito que sim, porque as células que compõe a estrutura interna foram infectadas e destruídas”, explicou Diamond.

Os pesquisadores apontam que é necessário que sejam feitos estudos em seres humanos do sexo masculino para confirmar se realmente há um impacto na fertilidade após a infecção pelo zika.

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