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Com caixa reduzido, empresas brasileiras só cobrem 58% de suas despesas financeiras

dinheiro__jeff_belmonteAs empresas brasileiras enfrentam um cenário de forte queda na receita. Um levantamento do Centro de Estudos do Instituto Ibmec, o Cemec, mostra que a geração do caixa de 605 grandes companhias brasileiras só tem sido suficiente para cobrir 58% das despesas financeiras. Em quase metade das empresas do país, a receita não é o bastante nem para pagar os juros das dívidas, o que explica o aumento da inadimplência e dos pedidos de recuperação judicial. Para o deputado federal Eduardo Cury (PSDB-SP), a forte recessão e a má gestão econômica são as origens dessa crise no setor privado.

“Esses dados do Ibmec mostram que a herança deixada pelo descalabro econômico do PT não afetou somente governos, prefeituras e estados, mas afetou o coração das empresas. A herança do governo do PT, que desarranjou a economia como um todo, fez com que a taxa de juros fosse lá para cima e desaqueceu a economia, causando um enorme prejuízo às empresas”, afirmou.

Com a baixa geração de caixa, a prioridade das empresas agora é equacionar as dívidas e evitar a falência. Consequentemente, os investimentos despencam, o que contribui também para o aumento do desemprego. Eduardo Cury aponta que uma das saídas para a crise é apostar na recuperação da iniciativa privada, diminuindo o peso do governo e reacendendo a economia.

“O novo governo precisa aprovar reformas rapidamente para que o governo diminua o seu tamanho e possa caber no bolso das pessoas. Dessa forma, a economia e as empresas vão poder voltar a contratar, e nós saímos mais rapidamente dessa crise. Na verdade, quem pode reacender a economia é a iniciativa privada. Para isso, o governo precisa deixar de ser um peso para ela”, disse o deputado.

A pesquisa mostra também o avanço de outros índices negativos. A alavancagem – relação entre dívida e geração de caixa – cresceu de 36%, em 2010, para 109% no primeiro semestre deste ano. O endividamento do conjunto de companhias levantado pelo Cemec entre 2010 e 2015 teve um salto de 173%, para R$ 1,9 trilhão.