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Tucanas repudiam ‘cultura do machismo’ frente ao estupro revelada em pesquisa Datafolha

Eliana Piola PSDB MulherA crença de que a culpa do estupro é da vítima é compartilhada por um terço dos brasileiros. E mesmo entre as mulheres, 30% concordam com esse raciocínio. De acordo com pesquisa do Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 37% dos entrevistados ouvidos pelo instituto também concordam com a afirmação de que “mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”.

Esse percentual chega a 42% entre os homens, que também acreditam que a mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for vítima de violência sexual, como revela reportagem publicada nesta quarta-feira (21) pelo jornal Folha de S. Paulo.

A advogada e 1ª Secretária do Secretariado Nacional do PSDB Mulher, Eliana Piola afirma que o resultado é consequência da concepção machista e de dominação, predominante na sociedade brasileira. “Isso demonstra que nós temos internalizada uma cultura machista, de dominação. É o pai que é agressivo e diz que se o rapaz apanhar na escola, vai apanhar em casa também, criando então o homem de uma forma diferenciada, como se ele fosse um ser superior. E é assim que se constrói.”

Para a presidente do PSDB Mulher Pernambuco, Terezinha Nunes, tratam-se de dados “estarrecedores” que reforçam o quanto a cultura do machismo ainda está arraigada na sociedade.

“Apesar dos vários avanços, é estarrecedor constatar a cada dia o quanto o machismo ainda está arraigado na população brasileira. É triste ver que uma parcela dos brasileiros culpa a mulher pelos estupros. Algo inimaginável. As mulheres vão precisar se unir e contar com o apoio dos homens sérios e responsáveis. Sozinhas, dificilmente vencerão essas barreiras”, avalia a tucana.

A pesquisa também revela que o medo do estupro atinge 85% das mulheres brasileiras, sendo ainda maior no Nordeste do país, onde 90% temem ser vítima de violência sexual. Apesar dos dados preocupantes, a maioria da população acredita que a educação pode mudar esse cenário. Questionados se é necessário ensinar na escola os meninos a não estuprar, 91% dos entrevistados responderam que sim.

Para a coordenadora de integração de políticas para as mulheres no Pará, Trindade Tavares, isso indica que vale apostar nas instituições de ensino como instrumentos de combate à cultura machista e do estupro.

“Lá está o futuro marido, namorado e, provavelmente, o futuro agressor, se nós não tivermos a capacidade de desconstruir essa cultura machista dentro desse escopo, de crianças e jovens. É um desafio que ainda temos que vencer, obviamente consequência da cultura machista.”

Das 3.652 pessoas ouvidas pela pesquisa, metade também discorda que a Polícia Militar esteja bem preparada para atender mulheres vítimas de violência sexual. A visão dos entrevistados é também crítica em relação às delegacias: 42% disseram não encontrar acolhimento adequado às vítimas nesses locais.

Clique aqui para ler a íntegra da reportagem da Folha de S. Paulo

* Com informações do PSDB-PE