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Fim da era PT: Petrolão mostrou corrupção sistêmica implantada no país

petrobrasgrande2-300x200A era do PT no comando do país chegou ao fim no dia 31 com a definição do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A petista foi destituída de seu cargo por cometer crimes de responsabilidade com as chamadas “pedaladas fiscais” e com a edição de decretos de crédito suplementar sem a autorização do Congresso Nacional. Muito antes da descoberta dessas irregularidades, no entanto, diferentes episódios envolvendo o governo Dilma já indicavam que a queda do Partido dos Trabalhadores era apenas uma questão de tempo. Um dos principais fatos que levaram à derrocada do PT foi o petrolão, o maior esquema de corrupção já implantado no país.

Investigado pela Polícia Federal por meio da Operação Lava Jato desde março de 2014, o esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos envolvendo a principal estatal do país, empreiteiras e políticos pode ter causado um prejuízo superior a R$ 40 bilhões, segundo a PF. O escândalo envolveu tradicionais nomes do PT, como o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto e o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – apontado por Delcídio como o “chefe” do esquema de corrupção na Petrobras.

O petista é réu na operação por tentativa de obstrução à Justiça e a ex-presidente Dilma também pode ser investigada judicialmente por suspeita de envolvimento nas fraudes.

As investigações se aproximam de maneira cada vez mais intensa da ex-presidente após denúncia do empreiteiro Marcelo Odebrecht. Em delação premiada, o executivo afirmou que a petista lhe pediu, pessoalmente, a doação de R$ 12 milhões para a campanha eleitoral petista à presidência em 2014.

Na visão do deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), foi a partir dos resultados da Lava Jato que os brasileiros começaram a perceber com mais clareza o mal que a gestão petista estava fazendo ao país.

“A ideia de se apropriar do espaço público, de aparelhar o Estado em nome de um projeto partidário, ficou exposta aos olhos da população através da Operação Lava Jato e de suas congêneres, e isso fez cair a máscara do PT e a população se indignou com o nível de corrupção antes nunca visto. A corrupção adquiriu um caráter sistêmico, institucionalizado, jogando seus tentáculos por toda a máquina pública federal, não só na Petrobras”, ressaltou o parlamentar.

Para o deputado mineiro, o escândalo de corrupção é um dos principais ingredientes que compõem o atual quadro enfrentado pela Petrobras, marcado por uma enorme dívida de quase R$ 400 bilhões, pela desconfiança do mercado externo e pela falta de capacidade para realizar investimentos em áreas estratégicas para o setor energético, como o pré-sal.

“Combinada com a má gestão, um plano de investimentos megalomaníaco e os erros na política de regulação dos preços dos derivados de petróleo, a corrupção teve um papel central no endividamento irresponsável para sustentar um plano de investimento megalomaníaco, fora da realidade e que era minado pela corrupção”, criticou Pestana.

“Essa marca o PT levará para o resto da vida e o sintoma da reação da população já se verifica nessas eleições municipais, onde o PT deve encolher bastante em termos de expressão eleitoral”, completou o tucano.

Futuros investigados

A corrupção na Petrobras atingiu em cheio a estatal, historicamente uma das principais do país em termos de competitividade no cenário internacional. Com as sucessivas fraudes, a Petrobras perdeu ativos, credibilidade e se atolou em dívidas. A imagem externa também se deteriorou, comprometendo receitas fundamentais para a economia do país.

Com o envolvimento direto de membros do governo Lula e Dilma nas fraudes, o escândalo ganhou contornos ainda mais graves. Para Marcus Pestana, o futuro das investigações ainda será motivo de muitos problemas para o PT.

“As delações mais importantes e completas, de maior extensão, ainda estão por vir. Isso revelará o nível absurdo de corrupção a que chegamos, e eu creio que nós ainda nos encontramos em uma etapa inicial. Já se tem a arquitetura do escândalo, mas não se tem a extensão completa, os números, e isso envolveu as estatais, os ministérios, os fundos de pensão”, argumentou o parlamentar.

“Foi um esquema que contaminou toda a dimensão pública e a consequência, eu acho, diz o ditado popular: ‘quem semeia vento, colhe tempestade’. O ciclo de poder do PT chegou ao fim e eu acho que eles ficarão distantes por muitos e muitos anos”, concluiu.