Opinião

“Eleger mais mulheres é necessário. E possível”,por Nathalia Tupan Carvalho

14030634_1183503841721009_260418643_nComparar o número de eleitoras brasileiras, 51% do total, com o espaço ocupado pelas eleitas, apenas 10%, já virou assunto até para a propaganda nestas eleições. Justamente no campo da política, onde se busca essencialmente a divisão democrática do espaço, a mulher não conseguiu reprisar as conquistas obtidas, historicamente, em todos as atividades humanas.

É uma questão crucial e não vamos encontrar uma única resposta, ou uma explicação, que justifique essa disparidade que insiste em desafiar lideranças políticas, partidos e surge, com mais vigor, em todas as campanhas eleitorais. O PSDB é um dos pioneiros na luta para a inserção das mulheres no espaço democrático, mas ainda temos um longo caminho a traçar para a efetivação da nossa participação na política em todas as esferas, não somente em cargos eletivos, mas a frente de cargos de relevância no partido e efetivo poder de decisão.

As razões são muitas e vamos refletir sobre isso aqui nesse espaço nas próximas semanas. Estamos num momento delicado da política brasileira, quando os candidatos e as candidatas vão pedir, pela primeira vez, o voto do eleitor para ocupar prefeituras e câmaras depois da verdadeira hecatombe dos escândalos e corrupção que temos acompanhado. Os fatos são tão graves que colocam em cheque até mesmo o próprio sistema de representação eleitoral – “ora, por que votar se não podemos confiar em ninguém?”, perguntam os eleitores.

O momento é difícil, mesmo. Mas pode e deve ser encarado como uma grande oportunidade para quem, como nós mulheres, estamos em busca de um espaço político onde podemos expressar valores que carregamos desde o berço, que aprendemos a defender nessas duras batalhas, que começaram com nossas avós: para obter o direito de votar, de trabalhar fora, de estudar, de ter menos filhos, de nos divorciarmos, casarmos e de sermos donas do nosso destino.

Fizemos tudo isso – e ainda temos muito o que fazer e conquistar – sem querer invadir qualquer espaço, mas dividindo com os homens, respeitando o colega do lado, ajudando umas às outras, solidárias e firmes, porque esta solidariedade entre nós, mulheres e homens é que nos fortalecerá em todas as lutas, seja na política, seja nas relações humanas e principalmente no enfrentamento à violência. Sem subterfúgios ou escondendo o jogo. Foi através do diálogo e da união de forças, pelo convencimento e pela necessidade que já conseguimos uma grande evolução junto a sociedade.

Vemos aí, portanto, um retrato do que a mulher pode trazer para a política se conquistar o espaço merecido. E, de fato, um novo caminho que a democracia brasileira está buscando nesse momento. É preciso reconhecer a oportunidade e mais que necessário, aproveitá-la.

 

*Nathalia Tupan Carvalho é publicitária, estudante do 5º ano de direito. Militante do PSDB, membro da Frente das Jovens Tucanas do Brasil, Secretária de Comunicação da JPSDB – PR.