O Brasil pode ser alvo de ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio. A menos de quatro meses do evento, a Agência Brasileira de Inteligência revelou ontem que, devido aos atentados ocorridos na França e na Bélgica, aumentou o número de adesões de brasileiros à ideologia do grupo Estado Islâmico. A agência disse que ameaça é autêntica, mas não detalhou o nível de perigo ao Brasil. Para o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), o País não está preparado para combater essas ações durante os jogos.
“É preciso trabalhar com inteligência. As políticas de segurança dependem de um estudo aprofundado, de procedimentos técnicos que se utilizam para ganhar o máximo de eficácia possível. É lamentável que o governo não tenha se atentado para outras possibilidades que podem ocorrer”, destacou.
No mês de março, a presidente Dilma Rousseff sancionou com oito vetos a lei que tipifica o crime de terrorismo. No texto final, a petista suspendeu trechos da proposta, como o que enquadra como crime de terrorismo incendiar, depredar ou saquear meios de transporte e sabotar ou danificar sistemas de informática. O deputado Otávio Leite aponta que os vetos foram precipitados.
“Ali foi profundamente discutido. [A lei] Não deveria ter sofrido esses vetos. É um conjunto de atitudes que realmente requerem uma providência mais enérgica em [ações] que inspiram atentados e ações mais violentas em relação a conduta de pessoas que tem intenção de criar problemas nos jogos olímpicos, ou em qualquer outra situação. Então, nós vamos trabalhar para derrubar os vetos”, disse.
O esquema de segurança das Olimpíadas ficará a cargo da Secretaria Especial de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça. Delegações de mais de 200 países devem vir ao Rio de Janeiro para passar um mês na cidade durante as competições.