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“A mulher e o poder : uma história de lutas, conquistas e desafios”, por Francinete Carvalho

Arquivo pessoal da prefeita Francinete Carvalho
Arquivo pessoal da prefeita Francinete Carvalho

Arquivo pessoal da prefeita Francineti Carvalho

No mês de Março do ano de 2016, na condição de prefeita, participei de muitos eventos em Abaetetuba e no estado do Pará não apenas para comemorar o dia internacional da mulher, mas para lembrar esta data que é símbolo da luta feminina.

Durante todo este mês, pessoas e instituições organizaram debates e reuniões para discutir o tema da igualdade de gênero, pois apesar das mulheres possuírem, atualmente, níveis de escolaridade superiores ao masculino e de estarem cada vez mais presentes no mercado de trabalho, ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional.  Porém, em nenhum âmbito da vida social a participação de mulheres e homens é tão desigual como no exercício do poder. A participação das mulheres na política institucional , seja à frente dos sindicatos, partidos políticos ou em cargos eletivos ainda é tímida. Porém, não podemos deixar de reconhecer que tivemos muitos avanços. O dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo. Hoje, embora já tenhamos mulheres governando vários municípios do nosso país, ainda somos a minoria, pois mesmo com todos os avanços, nós mulheres, ainda sofremos com o preconceito e opressão quando decidimos fazer política não como coadjuvantes, mas como protagonistas da história. Muito ainda há para ser modificado para garantir a igualdade de gênero. É preciso pensar e garantir políticas públicas que levem ao empoderamento de mulheres, e a discussão da divisão do poder na família e na sociedade. Não basta a política de cotas partidárias, pois o resultado das últimas eleições mostrou que as cotas não são suficientes para mudar essa realidade.

A luta de mulheres que não tiveram medo de se expor, de avançar, de desbravar e de ousar contribuiu para que hoje em nosso país fosse conquistada a participação feminina na iniciativa privada, na justiça e na política dividindo com os homens os espaços de poder. Porém nós, mulheres que ocupamos o espaço de poder, sabemos quantos e quais são os entraves que impedem que outras mulheres participem da política. A falta de acesso a direitos, como uma creche digna para matricular os filhos, ou o preconceito enfrentando dentro da própria família faz com que muitas mulheres acreditem que “a política e coisa para os homens”.

Hoje no comando da cidade de Abaetetuba agradeço aos homens e mulheres que elegeram a mim para guiá-los rumo á cidadania numa cidade que cresce e progride a cada dia.

A nós, homens e mulheres que pensam e executam as políticas públicas neste país cabe a honrosa tarefa de lutar por uma sociedade justa e democrática onde não haja predomínio da força, do preconceito e da violência e sim da igualdade de direitos para todos.

E por estarmos às vésperas de eleições municipais convido as mulheres a se filiarem e participarem do desafio de concorrer a cargos no executivo e no legislativo, afinal a política ê uma palavra feminina.

Sigamos em frente!!!

*Francinete Carvalho é prefeita, pela segunda vez, de Abaetetuda no Pará, e pertence ao PSDB Mulher.