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Oposição pede que PGR investigue Lula, Dilma e dois ministros após conversas telefônicas

InbassahyParlamentares do PSDB, PPS, Democratas e Solidariedade anunciaram nesta quarta-feira (23) que vão ingressar na Procuradoria Geral da República com três representações contra 0 ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff e os ministros Jaques Wagner, chefe do Gabinete Pessoal da presidente, e Edinho Silva, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

As ações pedem que o Ministério Público investigue se os petistas cometeram crimes de obstrução da Justiça e prática de advocacia administrativa, na qual se utilizam do funcionalismo público para interesses privados. As representações são baseadas nas conversas telefônicas flagradas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), os áudios são graves e a Justiça precisa tomar providências.

“As conversas estarreceram o país. Cabe agora às oposições dar sequência a essas providências no sentido de punir a quem deseja ver a obstrução da Justiça, impedir que a Operação Lava Jato prossiga, e aqueles que se julgam no direito de usar cargos públicos de ministros de Estado para defender interesses particulares”, disse.

Em resposta aos argumentos de que os grampos divulgados são ilegais, os parlamentares da posição afirmaram que as interceptações telefônicas foram autorizadas pela Justiça e alcançavam apenas o ex-presidente Lula. Imbassahy consideram que a preocupação dos petistas se dá pelos conteúdos revelados nas conversas.

“Não concordo que os grampos tenham sido ilegais. O conteúdo é grave. Talvez por isso a presidente Dilma esteja reagindo dessa maneira, de forma até desequilibrada. Mas o que nos cabe é, com base no conhecimento desses conteúdos, tomar essas medidas.”

Os líderes ressaltaram que as ações seguem a linha de trabalho já admitida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que permite à presidente Dilma Rousseff estar entre os investigados por ter sido flagrada numa das conversas como Lula articulando a nomeação do ex-presidente para o Ministério da Casa Civil – com o claro objetivo dele obter foro privilegiado. A manobra retira as acusações contra o petista das mãos do juiz Sérgio Moro, coordenador da trabalhos da Lava Jato.

Em um dos diálogos mencionados na ação, o cientista político Alberto Carlos diz a Lula que a única forma de o petista se livrar da Justiça seria assumindo um ministério. Em outro diálogo, entre Wagner e o presidente do PT, Rui Falcão, ambos falam sobre a pressão para que Lula assumisse uma pasta na Esplanada.

Leia aqui a íntegra das representações contra Dilma e Lula, Edinho Silva e Jacques Wagner.

Com informações da liderança do PSDB na Câmara dos Deputados