ONU diz que situação no país é uma das mais espantosas do mundo.
Há casos de pessoas queimadas vivas ou cortadas em pedaços.
Do G1, em São Paulo
A situação dos Direitos Humanos no Sudão do Sul, país no leste da África, é “uma das mais espantosas” do mundo, declarou nesta sexta-feira (11) a Organização das Nações Unidas (ONU), que afirma em um relatório que o governo permite que combatentes “estuprem mulheres como forma de salário”, segundo a France Presse.
“Trata-se de uma das situações mais espantosas no mundo para os direitos humanos, com um uso maciço dos estupros como instrumento do terror e arma de guerra”, afirmou Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, ao apresentar um relatório das Nações Unidas sobre a situação no país.
Em seu relatório, a ONU afirma que, “segundo fontes confiáveis, as autoridades permitem que grupos aliados estuprem as mulheres como forma de pagamento”, seguindo o princípio do “façam o que puderem e tomem o que quiserem”.
“A escala e o tipo de violências sexuais – que geralmente são cometidas pelas forças governamentais do Exército Popular de Libertação do Sudão e por suas milícias afiliadas – são descritos com detalhes terríveis, assim como a atitude – quase casual, mas calculada – daqueles que massacraram civis e destruíram bens e meios de subsistência”, afirma Zeid Ra’ad al Hussein.
Crimes de guerra
O relatório da ONU contém relatos sobre pessoas, incluindo crianças e deficientes físicos, que foram assassinadas, queimadas vivas, asfixiadas em contêineres, executadas, penduradas ou cortadas em pedaços.
“Diante da amplitude, da profundidade e da gravidade das acusações, da repetição e das similaridades observadas no modo de operação, o informe conclui que existem motivos razoáveis para crer que estas violações podem ser consideradas crimes e guerra e/ou crimes contra a humanidade”, disse o Alto Comissário da ONU.
Segundo as Nações Unidas, “a grande maioria das vítimas civis não parecem ser o resultado dos combates, mas de ataques deliberados contra civis”.
Para a ONU, “os atores estatais têm a maior responsabilidade pela violência cometida em 2015, diante do enfraquecimento das forças da oposição”.
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