O dia 8 de março é uma daquelas datas universais que literalmente chamam a atenção de todo o mundo para as condições de vida das mulheres nesse nosso planeta Terra.
É um dia comemorado para lembrar a luta das mulheres pela melhoria das condições de trabalho, pelo direito ao voto, por lutas de toda a ordem, enfim, por suas conquistas.
É um momento em que governos, artistas, economistas, entidades não governamentais e a mídia em geral, discutem a ainda difícil situação da mulher na maioria dos países, que atinge ricas e pobres, negras e brancas, sem respeitar credo religioso ou regime politico.
A desigualdade de gêneros é universal e os dados apontam isso. Assim como podemos dizer que os países com maiores desigualdades de gêneros e de raças são aqueles com maiores desigualdades sociais e índices sociais menores.
Ainda temos que combater diariamente o aspecto cultural, a dominação machista que perdura há milênios e que traz para cada povo, para cada nação, a raiz da desigualdade, da injustiça, da discriminação impregnada nas mentes, infelizmente. Há uma cultura arraigada no tratamento dado as mulheres.
Aqui mesmo no Brasil os dados são chocantes. A cada duas horas uma mulher é morta no país, contabilizando cerca de 50 mil feminicídios, uma barbaridade inaceitável e reveladora da impunidade masculina. Anualmente, cerca de 700 mil mulheres são agredidas e o Brasil ocupa a 7ª colocação no ranking de assassinatos de mulheres entre 130 nações.
Não me canso de repetir os números, porque são esclarecedores: no Brasil as mulheres são 51% da população, 52% dos eleitorados e responsáveis, sozinhas, por 40% dos lares nacionais.
Elas são mais escolarizadas que os homens na População Economicamente Ativa – 7,3 contra 6,3 anos – e são maioria dos cursos superiores, nos mestrados e doutorados.
Mesmo assim, com essa qualificação, ainda recebem menos do que os homens – 73% do rendimento masculino – o desemprego entre elas é 50% superior, na média, ao deles.
Sem dúvida é um forte quadro de desigualdade de gêneros que precisa ser enfrentado com força, coragem e determinação, especialmente por aquelas mulheres que se dedicam a militância política, como as tucanas do PSDB-Mulher.
Mesmo sendo a maioria do eleitorado, ocupamos apenas 9% das cadeiras da Câmara dos Deputados, 13 % do Senado Federal, 12 % das prefeituras, 7,7% das Assembleias Legislativas e 13,3% das Câmaras de Vereadores.
É uma representação pífia diante da presença feminina na vida econômica, política, social e cultural do país.
É necessária e diria essencial, uma ruptura com esse estado das coisas. Uma reforma eleitoral correta, justa e adequada passa pela garantia de pelo menos 30% das cadeiras dos parlamentos nacionais, estaduais e municipais para mulheres.
Esse avanço é inexorável.
Não adianta tentar resistir a essas e outras reivindicações porque o Século XXI já é das mulheres!
Nos 100 anos do século passado mudamos o curso da humanidade, nos próximos 100 anos vamos consolidar nossas conquistas e alcançar outras mais.
Viva o 8 de março, o Dia Internacional da Mulher!
*Solange Jurema é presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB