Brasília (DF) – A desigualdade social brasileira, que tem sido perpetuada pelas gestões petistas ao longo dos últimos anos, é um dos maiores empecilhos para os avanços na educação. É o que mostra um novo relatório sobre educação divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil continua em segundo posto no número de estudantes com baixo desempenho em matemática, leitura e ciências, atrás apenas da Indonésia.
De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira (16) pelo jornal Valor Econômico, o Brasil está entre os dez países em que a desigualdade social mais influencia a performance dos estudantes. O estudo, que foi elaborado com dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), analisou o desempenho de 15,1 milhões de estudantes com 15 anos.
Dos 2,7 milhões de brasileiros avaliados, 1,9 milhão teve dificuldades em matemática básica, 1,4 milhão em leitura e 1,5 milhão em ciências. 1,1 milhão teve problemas nas três disciplinas.
Os maus resultados contrastam com o investimento de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em educação. O relatório da OCDE aponta que um dos maiores desafios a serem enfrentados pelo país é o impacto da desigualdade na educação, já que os alunos mais pobres têm menores chances de concluir os estudos na idade certa, seja qual for sua capacidade cognitiva. A situação se agrava se o aluno for negro, mulher, morar na zona rural ou na periferia das grandes cidades.
As informações da OCDE são corroboradas por um levantamento do próprio Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014. Segundo o estudo, a escolaridade média do jovem de 15 anos no Brasil é de 6,3 anos no segmento 20% mais pobre da população. Entre os 20% mais ricos, o índice salta para 10,8 anos.