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Após prometer ano sem “recessão ou retrocessos”, Dilma cumpre apenas um terço das metas para 2015

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff durante reunião com o ministro de Assuntos Exteriores e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius, no Palácio da Alvorada (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

dilma_franc_min22112015_017Brasília (DF) – A vocação do governo da presidente Dilma Rousseff para prometer e não cumprir fica clara ao se analisar as metas da gestão petista para 2015. Em mensagem enviada ao Congresso Nacional em fevereiro, Dilma assegurou um ano sem “recessão ou retrocessos”. Ainda assim, 11 meses depois o Brasil se encontra em uma crise econômica sem precedentes, rebaixado por duas agências de classificação de risco.

As informações são de reportagem deste domingo (27/12) do jornal Folha de S. Paulo. Segundo a publicação, as promessas não cumpridas não se restringem à área econômica. Das 34 metas principais estabelecidas pelo governo Dilma para este ano, apenas 11, ou 32,3%, foram atingidas. Enquanto isso, 17 – 50% delas – tiveram desempenho insatisfatório.

Para o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Guilherme Mello, o país tombou em 2015. “Em 2014, o Brasil parou à espera da eleição; em 2015, o Brasil tombou”, disse à Folha. “Crédito, inflação, crescimento e emprego – tudo isso teve uma deterioração muito superior ao que qualquer um esperava.”

Para se ter uma ideia do desempenho do governo, as únicas metas econômicas atingidas por Dilma Rousseff em 2015 foram o aumento de impostos. Ouvido pelo jornal, o especialista em finanças públicas Mansueto Almeida acredita que o Brasil ainda está longe de ter concluído o ajuste fiscal, que se deu às custas de uma enorme redução no investimento público.

Em sua avaliação, Dilma “colhe o que plantou”. “O processo de arrumar a casa ainda vai levar muito tempo. No ano que vem é necessário aprovar ajustes estruturais para possibilitar que as despesas obrigatórias cresçam menos que a inflação, mas não vejo a presidente ter base política para isso”, considerou.

‘Pátria Educadora’?

Com a necessidade de cortar gastos para conter a crise econômica, a “Pátria Educadora” prometida pelo governo Dilma também ficou só no slogan da equipe de marketing. A maioria das metas para o setor ficou muito aquém do prometido. “Considerando o quanto estamos atrasados, os resultados são decepcionantes”, completou o coordenador do centro de políticas públicas do Insper, Naercio Menezes.

Entre as mudanças necessárias para que o país dê um salto de qualidade, o coordenador defendeu que municípios e Estados melhorem a educação que oferecem aumentando o número de horas aula, reformulando os currículos de faculdades de pedagogia, dando reforço e incentivos para professores e alunos.