Opinião

“O desemprego decola”, análise do ITV

O governador Geraldo Alckmin durante a entrega das obras de ampliação e modernização do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da Estação Brás do Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Data: 13/01/2015. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2AD
O governador Geraldo Alckmin durante a entrega das obras de ampliação e modernização do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da Estação Brás do Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Data: 13/01/2015. Local: São Paulo/SP. Foto: Edson Lopes Jr/A2AD

O governador Geraldo Alckmin durante a entrega das obras de ampliação e modernização do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da Estação Brás do Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Data: 13/01/2015. Local: São Paulo/SP.
Foto: Edson Lopes Jr/A2AD

Os sinais da crise se espalham pelo país. Não são apenas o dólar em disparada, os juros decolando, a paralisia das linhas de montagem e o congelamento dos investimentos que assustam. A face mais temível da crise é o desemprego, que voltou a subir em agosto. É a recessão se revelando com todo o seu negrume.

No mês passado, a taxa de desemprego medida pelo IBGE atingiu 7,6%. Foi um salto e tanto em relação ao mesmo mês de 2014, quando o índice estava em 5%. A melhor tradução da escalada é o aumento do número absoluto de desocupados no país: em um ano, mais 636 mil pessoas passaram a esta condição, com alta de 52%.

O desemprego divulgado hoje de manhã é o mais alto para meses de agosto desde 2009, ano da séria crise econômica global. Considerando toda a série histórica, o índice está agora no mesmo patamar de março de 2010, ou seja, é o pior em mais de cinco anos.

Foi o oitavo mês seguido de alta. “O mês repete a dinâmica dos últimos meses: mais pessoas estão procurando emprego na expectativa de recompor a renda familiar, afetada pela crise econômica, mas encontram um mercado em processo de demissões”, sintetizou a Folha Online.

A discrepância entre as regiões pesquisadas é grande. A situação é mais grave em Salvador, onde a taxa média alcançou 12,4% – a maior em seis anos – e atingiu 27% entre jovens com idade entre 18 e 24 anos (a média nacional nesta faixa etária está em 18%). O Rio aparece na ponta oposta, com desemprego médio de 5%.

Não foi só conseguir emprego que ficou mais difícil. Os salários também encurtaram. Na média, o rendimento médio real caiu 3,5% no cotejo com agosto do ano passado. Quem trabalha no setor privado sem carteira de trabalho sofreu perda bem maior: 12,6%, na mesma base de comparação.

Os resultados medidos pelo IBGE são apenas parciais, pois cobrem o mercado de trabalho somente das seis principais regiões metropolitanas do país. Outro indicador mais amplo, a PNAD Contínua, que abarca mais de 3.500 municípios, já revela uma taxa de desemprego bem mais alta no país: 8,3% no segundo trimestre.

Desde que Dilma foi reeleita, mais de 1 milhão de vagas de emprego foram eliminadas, de acordo com a mais recente versão do Caged, a terceira pesquisa sobre mercado de trabalho realizada no país. A indústria continua sendo o setor mais penalizado, mas a diminuição de oportunidades tornou-se ampla, geral e irrestrita.

Durante anos, o governo do PT asseverou que o Brasil estava imune a crises e que a maior prova disso seriam as baixas taxas de desemprego. Nunca foi verdade. O mercado de trabalho manteve-se aquecido por um tempo em razão de estímulos artificiais. Nada mais natural que desabe na mesma velocidade com que o modelo econômico petista desmorona.