Opinião

“Mulheres rejeitam Dilma mais que os homens”, por Terezinha Nunes

Terezinha-Nunes-discurso-para-perfil-corte-certoNa sua fase de senhor de tudo e de todos – agora sabemos como – o ex-presidente Lula apelou para uma inovação jamais vista na história do Brasil, como afirmou naquela ocasião: escolher uma mulher para sucedê-lo. Num país onde as mulheres ainda hoje ocupam menos de 10% das vagas no parlamento e menos que isso no poder executivo, foi uma proeza e tanto.

Para dar a Dilma uma dimensão feminina maior, ele a batizou de “mãe do PAC” e, logo em seguida, os petistas espalharam pelo interior do Nordeste que Dilma era “a mulher de Lula”, uma simbologia que calou fundo em uma região onde os petistas sempre casaram e batizaram.

Na primeira campanha de Dilma as mulheres demoraram a se convencer a votar nela. Chegou um momento em que José Serra tinha maior preferência do sexo feminino do que a candidata mulher. Um petista chegou a segredar para o jornalista Lauro Jardim, da Veja, com desdém, em maio de 2010 “mulher é tradicionalmente desinformada”, colocando a culpa nas eleitoras e não na candidata.

Dilma acabou vencendo também entre os eleitores do sexo feminino e muitas mulheres se sentiram constrangidas em combatê-la na campanha quando se alegava que pela primeira vez uma brasileira – que depois virou presidenta para os petistas – assumiria o maior cargo do poder público nacional.

Foi tanto o sucesso de Lula em eleger “seu poste” que ele próprio já falava intramuros que o próximo presidente seria um negro. Chegou-se a falar em Joaquim Barbosa mas deu no que deu. O negro, com muita honra, fez valer seus princípios e mandou os petistas corruptos para a cadeia.

Agora que a presidente vive o pior momento de sua curta vida pública, as mulheres se mostram mais bem informadas do que os homens, pondo abaixo o desdém do petista em 2010. Em três das quatro últimas pesquisas publicadas elas superam os homens nos índices de rejeição à presidente. Em apenas uma – a última – elas empatam com os homens, o que demonstra que estão fazendo a cabeça deles.

No Datafolha de 17 a 18 de junho o percentual de reprovação da presidente alcançava 63% entre os homens e 67% entre as mulheres; no Ibope de 18 a 21 de junho 66% dos homens afirmavam que o governo Dilma era ruim e péssimo e entre as mulheres o percentual alcançava 70%.

Na pesquisa CNT/MDA de julho era de 68,1% a reprovação da presidente entre os homens e de 73,4% entre as mulheres. Finalmente na pesquisa do Datafolha da semana passada, homens e mulheres cravaram 71% de reprovação a Dilma.

Isso demonstra de forma clara porque o maior protesto que se organizou contra Dilma foi o das mulheres através dos seguidos panelaços que acabaram sendo abraçados pelos homens.

Hoje é possível ver muitos homens nas portas de casa ou nas janelas dos apartamentos batendo panelas mas o número de mulheres é muito maior. Muitas mães têm estimulado até os filhos a seguirem o mesmo caminho.

O sonho de Lula de aumentar a autoestima das brasileiras em proveito próprio foi de água abaixo. Hoje em todos os partidos mais e mais mulheres se interessam por política e desejam disputar eleições mas, seguramente, ninguém levanta a voz para dizer que vai seguir o exemplo da fracassada gerentona Dilma Rousseff.

Seu mau exemplo criou sem dúvida um novo obstáculo ao mundo feminino. Se já era difícil uma mulher presidente pelos próprios méritos – Dilma foi o poste – agora sempre que alguma se candidatar pode ser vítima de preconceitos indevidos e comparações vexatórias. Mais um desastre provocado por Lula.

* Terezinha Nunes é presidente do PSDB Mulher-PE