Quando o assunto é Dilma Rousseff e o governo do PT, nada é tão ruim que não possa piorar. A petista ostenta agora o título de presidente da República mais mal avaliada e mais rejeitada da história brasileira. Sua ficha de serviços prestados à nação justifica com sobras a baixa popularidade.
Segundo pesquisa do Datafolha divulgada hoje, 71% dos brasileiros consideram o governo atual ruim ou péssimo. Nem Fernando Collor às vésperas do impeachment foi tão rejeitado. Na ponta oposta, apenas 8% ainda avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa. Nunca tão poucos foram favoráveis a um governo.
A ojeriza a Dilma é ampla, geral e praticamente irrestrita. Em todas as regiões, em todas as faixas de renda e em todas as idades, a presidente é majoritariamente rejeitada. Na média e em todos os estratos, dois de cada três brasileiros rechaçam o governo dela – no Nordeste, a desaprovação chega a 66%; entre os mais pobres, alcança 69%. Este beco parece não vislumbrar saída.
O Datafolha perguntou a 3,3 mil brasileiros se consideram que o Congresso deve abrir processo de impeachment da presidente. 66% responderam que sim, com alta de três pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, realizado em abril. 38% creem que Dilma será afastada do cargo – eram 29% há quatro meses.
Não se pode dizer que Dilma Rousseff não seja inteiramente responsável pelo inferno em que se encontra. O desastre foi ela quem lavrou. Esta erva daninha, foi ela quem semeou.
A crise econômica é fruto de escolhas equivocadas que ela aprofundou – e produzirá dois anos de recessão, como não ocorria no país desde a Grande Depressão, nos anos 1930. A desagregação política decorre da arrogância com que Dilma tentou administrar o país. A conflagração social é o estuário dramático de mentiras e erros cometidos em série.
Nem seus pares veem na presidente condições de superar as dificuldades. Como quem não enxerga na petista a líder que o momento clama, o vice-presidente está em busca de “alguém (que) tenha capacidade de reunificar a todos”. Até Lula parece entregar os pontos: nem uma improvável recuperação econômica é capaz de salvar Dilma e seu partido.
A crise aumenta de tamanho a cada mês, a cada semana, a cada dia. Pode ficar “desagradável”, no dizer de Michel Temer, para quem, duas semanas atrás, só havia uma “crisezinha”. Não: já está bem pior que desagradável. Quem trabalha, quem produz e quem investe no país – ou pelo menos tenta – sabe bem disso.
Nesta noite de quinta-feira, a legenda que produziu esta desestruturação e a chefe de governo que a levou ao paroxismo irão à TV defender seu projeto. Serão recebidos com a trilha sonora de milhões de panelas país afora, em repúdio à presidente da República e ao partido que têm muito a pagar e nada mais a oferecer ao país e aos brasileiros.