Opinião

“Desenvolvimento e inclusão”, por Mara Gabrilli

Foto: George Gianni/PSDB
Foto: George Gianni/PSDB

Foto: George Gianni/PSDB

Você sabia que no último Censo do IBGE, quase 20 milhões de brasileiros com deficiência declararam possuir alguma ocupação? No entanto, somente 330 mil estão trabalhando com carteira assinada. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o cumprimento da Lei de Cotas no Brasil é de apenas 26%. Na prática isso significa que apenas uma em cada quatro vagas é preenchida. Se a lei fosse integralmente cumprida, haveria cerca de 1,2 milhão de funcionários contratados.

Mas o que explica números tão desanimadores?

Além da barreira de acesso à educação, que há tempos impede esse público de ter uma formação básica, hoje, se uma pessoa com deficiência resolve ingressar no mercado de trabalho formal, ela perde o auxílio que recebe do Estado para viver. Por insegurança, muitas optam por viver na informalidade.

Para mudar tal realidade, a Lei Brasileira da Inclusão, projeto recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados sob minha relatoria, propõe a criação do Auxílio Inclusão, um benefício que será concedido à pessoa com deficiência que ingressar no mercado de trabalho formal. Diferente de apenas receber benefícios de subsistência do Estado, a pessoa com deficiência passará de beneficiada para contribuinte, como todo trabalhador. A Previdência, por sua vez, deixará de apenas pagar benefícios integrais para milhões de pessoas e passará a receber a contribuição desses trabalhadores. O resultado é ampliação de empregos e benefícios, alavancando a economia e reduzindo a desigualdade social.

 

O Auxílio ainda ajudará a pessoa a arcar com os custos da deficiência. Uma pessoa tetraplégica, por exemplo, chega a gastar em média R$ 6 mil para manter uma vida tão produtiva quanto antes. Isso levando em conta os gastos em várias fases de sua vida, como a compra de um carro adaptado, a contratação de cuidadores, medicamentos e a troca de cadeira de rodas.

Além de garantir dignidade, poder de consumo e bem-estar, o trabalho é uma das principais fontes de integração social. Para mim, a felicidade está ligada a minha capacidade de produzir. E o trabalho é um dos maiores combustíveis para me manter preenchida de sonhos e perspectivas para o País. E para seguir minha trajetória.

*Mara Gabrilli é deputada federal pelo PSDB/SP