Opinião

“Por mais Carlotas na política brasileira”, por Cristina Lopes

Doutora-Cristina-Lopes-Afonso-foto-Divulgacao-300x200É com muito orgulho que digo: sou mulher, vereadora e cidadã que participa ativamente das decisões políticas da minha cidade, do meu estado e do meu país.

Sempre digo que a participação popular é a grande ferramenta para mudar o mundo. Decidi encarar o desafio de ser vereadora porque acredito que com meu mandato posso, de fato, lutar por uma cidade melhor, fiscalizar os serviços e propor projetos que têm impacto positivo na vida das pessoas e podem ajudar a transformar minha cidade em um lugar muito melhor para viver.

Ainda somos poucas mulheres nas esferas do poder e temos grandes desafios para uma maior participação feminina na política. Inclusive desafios nos próprios partidos, que precisam apoiar mais as candidaturas e acreditar, de fato, que não somos apenas um número para cumprir cotas.

Durante grande parte da História do Brasil, as mulheres não tiveram participação na política, pois a elas eram negados os principais direitos políticos como, por exemplo, votar e se candidatar. Somente em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito do voto. Também puderam se candidatar a cargos políticos. Nas eleições de 1933, a doutora Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira.

Estudo coordenado pela pesquisadora Kamila Pagel de Oliveira (FJP) aponta que 51,9%% do eleitorado brasileiro é feminino, mas apenas 12,3% dos representantes eleitos para o Congresso Nacional são mulheres. É importante destacar que em 2006 as mulheres passaram, pela primeira vez, a ser maioria dos eleitores brasileiros, em todos os grupos etários.

Na Câmara de vereadores de Goiânia não é diferente: somos apenas quatro num total de 35 vereadores. É pouco, muito pouco. Especialmente considerando que temos nível de escolaridade superior ao masculino e de estarmos cada vez mais presentes no mercado de trabalho e em cargos de chefia e liderança. Em nenhum âmbito da vida social a participação de mulheres e homens é tão desigual como no exercício do poder.

Apesar do fato de sermos maioria da população e do eleitorado, continuamos a ser sub-representadas na política brasileira, seja esta em nível municipal, estadual ou federal.  A ampliação da participação da mulher na política brasileira torna-se urgente e fundamental, pois muito mais do que corrigir uma discriminação histórica, a maior participação da mulher tem papel fundamental na consolidação e aperfeiçoamento da democracia brasileira.

*Dra. Cristina Lopes Afonso é vereadora pelo PSDB/GO