Brasília – O governo federal eliminou a licitação em quatro campos de petróleo do pré-sal e os entregou à Petrobras. Com a decisão, a estatal repassará R$ 2 bilhões à União e, assim, ajudará o governo a chegar ao superávit primário esperado para 2014. A nova tática da “contabilidade criativa” foi noticiada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira (25).
Segundo o jornal, a decisão do governo – que vai no rumo oposto do decidido pela própria administração federal em 2013, quando ocorreu a privatização dos campos de Libra – foi mal recebida pelo mercado, o que levou à redução dos valores das ações da Petrobras. Os investidores criticaram a necessidade de a empresa ter que entregar os R$ 2 bi de imediato aos cofres públicos, numa época em que a saúde financeira da estatal não é das melhores.
O deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) criticou a decisão do governo. “Se um prefeito tivesse feito algo parecido em sua cidade, já estariam pedindo sua cassação”, afirmou o parlamentar, em referência às tentativas ‘criativas’ do governo de alcançar o superávit.
Leitão acrescentou que a ideia da gestão petista de engordar o superávit por meio da Petrobras é reflexo também da falta de boas notícias na economia do governo federal, incapaz de cumprir a meta por meios habituais.
Transparência
Segundo o deputado, a decisão do governo federal também merece ser criticada pela imprevisibilidade e pela falta de transparência que traz ao setor – que não tem como saber, com antecedência, se haverá ou não leilões de campos para exploração.
“Infelizmente, o que vemos na Petrobras é a continuidade do que há em outros setores. A rotina do PT é trabalhar com o ilegal, o ilógico e os desvios”, resumiu Leitão.
*Rede45