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Tucanos: País se deu conta que o Brasil da Fifa não é o real

Foto: EBC
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Brasília (DF) – O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), e os senadores tucanos Lúcia Vânia (GO) e Mário Couto (PA) analisaram em entrevista à TV Senado sobre as obras e projetos relativos à Copa do Mundo. Os parlamentares de oposição criticaram a morosidade do governo na realização das obras para o Mundial como a responsável pelo clima de revolta que domina o brasileiro a uma semana do torneio.

De acordo com Ricardo Antunes, cientista político da Universidade de Campinas (Unicamp), o país da Copa não é o verdadeiro e que todo o processo que culmina com os jogos era um grande mito que ruiu.

Lúcia Vânia observou que  que a preparação desastrada, com obras superfaturadas, iniciadas em cima da hora, ainda não acabadas e com regimes diferenciados para contratação geraram o clima de insatisfação popular. Este momento se associa a outro, o de inflação que aumenta a cada dia, impedindo a família brasileira de comprar com seu salário o que comprava anteriormente.

“Há uma predisposição para cobrar esses desacertos do governo. Isto naturalmente arrefeceu um pouco o entusiasmo em relação ao futebol. É uma festa bonita, que era para ser comemorada com grande anseio. Mas entendo que por esses motivos, os ânimos não estão muito propensos a comemorações”, comentou.

Mário Couto rejeitou que tantas críticas sejam apenas um “arroubo obrigatório” da oposição. O paraense disse que incompetência demonstrada pelo governo na Copa trata-se de fatos escrutinados diariamente em todo o país.

“Ninguém pode contestar o que está se dizendo. Temos aí aos nossos olhos os acontecimentos da copa. Por exemplo, gastar R$ 35 bilhões – e destes, R$ 27 bi são gastos pelo governo, porque não adianta dizer que se está gastando dinheiro que não é do povo – e os corredores cheios de gente nos hospitais. Nós não temos saúde no Brasil”, atacou.

O líder do partido argumentou que o “povo não é besta” e que foi capaz de perceber tamanhas discrepâncias sobre o que foi prometido e o que foi entregue ao país com o advento do mundial. Este, segundo Aloysio, é o principal motivo de revolta no país e que está sendo mostrado aos estrangeiros.

“Esta discrepância da importância que se dá [à Copa] e o dinheiro que se gasta e a carência da ação dos governos para atender necessidades básicas está chamando muita atenção e causando muito mal estar. É como se estivessem obturando o dente errado”, explicou o senador. Ele também lembrou que o governo tentou aproveitar o torneio para introduzir novas regras de contratação de obras públicas, mas foi derrotado no Congresso.

Apesar de todas as contrariedades que a Copa trouxe, o líder rejeita que haverá uma torcida contra o time nacional na Copa. O paulista considera que há maturidade o suficiente dos brasileiros para torcer pela equipe nos campos mesmos em deixar de ter consciência e reivindicar melhorias. Ele chegou a dar o próprio exemplo na entrevista.

“Na Copa de 70 eu estava exilado. Eu fui condenado aqui no Brasil com base na Lei de Segurança Nacional por conta da minha luta contra a ditadura. E eu torci adoidado para o Brasil. É outro departamento. É preciso saber distinguir as coisas. Eu vou torcer pro Brasil, embora seja de oposição e vá lutar para mudar o governo.”

Do Portal do PSDB no Senado

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