Opinião

“Para mudança é preciso clareza”, por Nancy Thame

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Consumo excessivo, desperdício, “lixo” ocupando todos os espaços, falta de percepção e planejamento, ocupação do solo sem respeito à sua capacidade de uso, falta de logística e  ausência de políticas globais eficientes são algumas das percepções do mundo atual que não podem ser ignoradas.

As mudanças climáticas já estão acontecendo em várias regiões do nosso país e do planeta, e sabemos que as mulheres são as maiores vítimas da crise ambiental em seus países, principalmente aquelas que vivem em uma economia de subsistência pois são as primeiras a sentirem o reflexo da diminuição da qualidade de vida resultante da poluição ou escassez dos recursos naturais.

Existe uma hierarquia das leis, onde as leis da física têm uma precedência sobre as leis de caráter econômico e político. Para estabilizar as emissões de carbono, por exemplo, só podemos colocar na atmosfera o tanto que sai. Isto é fato!

Está em pauta uma nova ordem na economia global relacionada à cadeia global de valores como resposta a tantos desmandos. Neste contexto, procedimentos bilaterais não podem ser os mais importantes. Existe a urgência de se estabelecerem acordos globais.

A discussão central está nos critérios de negociações, e o Brasil tem tido um sério problema na política internacional, pois tem diminuído sua participação em tratados plurilaterais de livre comércio, que não são maravilhosos, mas são vetores de desenvolvimento internacional.

O Brasil tem potencial hídrico, insolação, terras para agricultura, enfim, todo o potencial para estar na dianteira com outros países para uma nova ordem global. Além da cadeia produtiva, é preciso levar em conta a cadeia real de valor sustentável e entender a globalização e a tendência da sustentabilidade.

Internamente, é preciso que o Estado assuma a dianteira no movimento de condução da economia para a sustentabilidade e deve mostrar, por exemplo, que adota compras de produtos verdes, uma tendência que não deve ser ignorada. Tem que haver  uma tributação que estimule a economia verde.

É necessária uma reforma institucional, investimento e otimização da infra-estrutura e capacidade de inovação.

Estamos em ano de eleições, e o próximo governo será responsável por definir novas estratégias. Confio nas propostas e ações do PSDB e nós, mulheres, encaminhamos nossas sugestões, acatadas neste momento tão importante para o nosso país

*Nancy Ferruzzi Thame é engenheira agrônoma, bacharel em Direito e Gestora Ambiental, já atuou no setor público, no Ministério da Agricultura e prefeituras, e no setor privado, como empresária e professora universitária.  É também vice-presidente do PSDB-Mulher Nacional