Opinião

“PT versus PT na disputa presidencial”, por Eliane Aquino

Eliane Aquino
Eliane Aquino

Eliane Aquino

Em 12 anos de governo do PT no Brasil, o que mais se viu foram denúncias graves de corrupção, com direito à perda de mandato, condenação e prisão de principais líderes do partido. Em paralelo, vê-se também o descaso total com a segurança pública, com fronteiras desguarnecidas de proteção policial, por onde entram de forma fácil as drogas e armas e munição, além de programas sociais que ao contrário de estimular a cidadania, incentivam claramente a dependência da pobreza ao poder público, onde a moeda de valor para que milhares de famílias não morram de fome é, certamente, a manutenção dos petistas no poder.

Vê-se, ainda, o aparelhamento partidário da máquina pública, o abuso de poder político, o descompromisso com a política monetária, a proteção descarada a quem comete crime contra a moralidade pública, o desprezo às políticas públicas de Saúde e de Educação, com um Sistema Único de Saúde deplorável e universidades sem nenhuma estrutura para ensinar e capacitar futuros profissionais.

Há muito que o PT perdeu na prática o discurso moralista da ética pública que praticamente assegurou a primeira eleição de Lula à presidência do Brasil. Sem a dignidade política que tanto cobraram lideranças petistas de outros governos, os petistas se agarram com força total ao Bolsa Família, na tentativa de manter atrelado a esse programa a esperança da reeleição da presidente Dilma Rousseff, e não se incomodam hoje de  juntar em seu palanque quem antes eram adversários ideológicos juramentados, como os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor.

O que está em jogo, unicamente, para o PT, Lula e Dilma, é a permanência deles no poder, custe o que custar. E, como já advertiu a própria presidente Dilma, sexta-feira (2), durante encontro nacional de seu partido, “essa não será uma campanha fácil”. Tem razão a presidente. Não será mesmo fácil para ela a reeleição. O PT terá que fazer um esforço maior do que simplesmente convencer os eleitores brasileiros de que mais vale o Bolsa Família do que a ética na política pública, o zelo com o dinheiro da Nação, a garantia da estabilidade da economia, a guerra contra as drogas que chegam com facilidade no país, pela omissão e pela falta de prioridade do governo federal para com a segurança pública.

Na disputa presidencial, o PT terá que enfrentar, além dos adversários já postos, como o senador Aécio Neves, pelo PSDB, e Eduardo Campos – Marina Silva, pelo PSB, a sua história recente com Delúbio, Genoíno, Zé Dirceu, André Vargas, entre outros tantos que se apresentam como réus em acusações de corrupção passiva, peculato, improbidade administrativa e outros crimes de natureza penal e civil. E certamente, crimes contra a boa fé da gente brasileira.

Ou seja, na eleição deste ano, o povo brasileiro vai poder, não apenas julgar o governo petista nas urnas, mas optar,  sobretudo, entre manter ou não o modelo de governo corrupto que o PT implantou em nosso país.

* Eliane Aquino é jornalista