O governo do Distrito Federal assinou um contrato em agosto de 2013 para a aquisição do Lokomat, um aparelho robótico de fisioterapia que permite paraplégicos e tetraplégicos a andar. A notícia seria ótima, se não fosse pelo valor do negócio, que teve dispensa de licitação pelo governo: R$ 4,58 milhões.
O dispositivo, que existe aqui na AACD de São Paulo e na Rede Lucy Montoro, do governo do estado de São Paulo, é fabricado por uma empresa suíça (Hocoma) e custa em torno de 260 mil euros, o que, no Brasil, significa algo em torno de R$ 1 milhão, já instalado. Foi esse o valor que destinei recentemente como emenda parlamentar que recebi do governador Geraldo Alckmin (mesmo sendo deputada federal) para a compra de um novo equipamento pela AACD de Osasco.
Ou seja, o Governo do Distrito Federal, comandado por Agnelo Queiroz (PT-DF), superfaturou a compra em torno de R$ 3,5 milhões. Esse valor daria para equipar diversos centros de reabilitação do Brasil, proporcionando uma vida mais digna às pessoas com deficiência. Como usuária do Lokomat e conhecedora desta tecnologia, fui procurada pelo jornalista Leandro Mazzini, do Blog Coluna Esplanada, que fez essa denúncia no dia 18 de dezembro.
No dia seguinte à denúncia, o governo do DF emitiu nota informando que a compra havia sido cancelada. A compra foi fechada em agosto, entre o secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa, e a BioAlpha Serviços e Comércio de Materiais Hospitalares, com sede no Rio de Janeiro.
Segundo a reportagem, os proprietários da BioAlpha são Cainã Albuquerque (91%) e Ana Carla Albuquerque (9%). Eles têm 22 e 25 anos, respectivamente. Estou analisando com outros parlamentares as medidas pertinentes a serem tomadas nesse caso. Essa afronta à sociedade não pode ficar impune dessa forma.
*Mara Gabriilli é deputada federal pelo PSDB-SP