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Orçamento Participativo em São Paulo, por Irina Cezar

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É consenso na teoria política que o fortalecimento das instituições democráticas perpassa o aumento da participação dos cidadãos no processo decisório de políticas públicas. O orçamento participativo (OP) é um mecanismo governamental que permite à população local influenciar os orçamentos públicos com diminuição de poder de representantes eletivos através do fomento à participação direta.
O OP surgiu depois da redemocratização do país, estimulado pela Constituição de 1988 e pela criação dos conselhos setoriais de políticas públicas (os chamados ‘Conselhos Municipais’). Já foi executado com diferentes metodologias, muitos o associam a uma tentativa de fortalecimento social para introdução do sistema distrital; suas assembleias dividem-se normalmente por distritos e são conduzidas por conselheiros escolhidos pela população local.
Deve-se atentar para o fato de que o OP não susbtitui a atividade deliberativa da câmara dos vereadores, sendo apenas de caráter consultivo. Ou seja, os conselheiros levarão ao conhecimento dos vereadores os principais problemas de suas localidades e discutirão prioridades para investimento público em seu bairro, sendo vedada a estes conselheiros o poder de criar novas leis ou obras – papel ainda específico da câmara municipal.
Mesmo assim é indiscutível a importância do OP como uma das tentativas de superação do nosso déficit histórico de engajamento cívico. Este instrumento pode tornar possível uma participação mais democrática e popular dos cidadãos estimulando o desenvolvimento de nossa consciência política através do empoderamento de grupos normalmente excluídos das instâncias formais de deliberação.
Independentemente dos que refutam ou apóiam esta iniciativa o OP está sendo implementado novamente na cidade de São Paulo neste momento. De forma bem intencionada por alguns, mas com muitos tropeços e erros por parte da administração pública municipal que acaba de anunciar a impossibilidade da votação por distritos, sendo de opção de o munícipe votar em até 5 candidatos de qualquer região da cidade. Neste caso, um exemplo que ilustra a situação é o seguinte: se você é do Jabaquara, poderá votar em candidatos de Parelheiros, Lapa, Vila Mariana etc.
Mesmo assim é de extrema importância que todos os cidadãos de nossa cidade votem no dia 8 de Dezembro nos candidatos a conselheiros municipais, lembrando que esta votação é facultativa. Entretanto, todas as oportunidades de estímulo à participação política devem ser agarradas com unhas e dentes para tentativa de modificação do cenário político atual. A accountability (prestação de contas) estará facilitada tanto para o cidadão que desejar conversar com os representantes de seu distrito quanto para fiscalização destes representantes nas leis e diretrizes propostas pelos vereadores. Será também mais fácil entender os gastos das subprefeituras e as principais necessidades de cada região.
IRINA FRARE CEZAR
– Membro da comissão eleitoral do Orçamento Participativo – Sub prefeitura Butantã
– Coordenadora de mulheres JPSDB – São Paulo

É consenso na teoria política que o fortalecimento das instituições democráticas perpassa o aumento da participação dos cidadãos no processo decisório de políticas públicas. O orçamento participativo (OP) é um mecanismo governamental que permite à  população local influenciar os orçamentos públicos com diminuição de poder de representantes eletivos através do fomento à participação direta.

O OP surgiu depois da redemocratização do país, estimulado pela Constituição de 1988 e pela criação dos conselhos setoriais de políticas públicas (os chamados ‘Conselhos Municipais’). Já foi executado com diferentes metodologias, muitos o associam a uma tentativa de fortalecimento social para introdução do sistema distrital; suas assembleias dividem-se normalmente por distritos e são conduzidas por conselheiros escolhidos pela população local.

Deve-se atentar para o fato de que o OP não susbtitui a atividade deliberativa da câmara dos vereadores, sendo apenas de caráter consultivo. Ou seja, os conselheiros levarão ao conhecimento dos vereadores os principais problemas de suas localidades e discutirão prioridades para investimento público em seu bairro, sendo vedada a estes conselheiros o poder de criar novas leis ou obras – papel ainda específico da câmara municipal.

Mesmo assim é indiscutível a importância do OP como uma das tentativas de superação do nosso déficit histórico de engajamento cívico. Este instrumento pode tornar possível uma participação mais democrática e popular dos cidadãos estimulando o desenvolvimento de nossa consciência política através do empoderamento de grupos normalmente excluídos das instâncias formais de deliberação.

Independentemente dos que refutam ou apóiam esta iniciativa o OP está sendo implementado novamente na cidade de São Paulo neste momento. De forma bem intencionada por alguns, mas com muitos tropeços e erros por parte da administração pública municipal que acaba de anunciar a impossibilidade da votação por distritos, sendo de opção de o munícipe votar em até 5 candidatos de qualquer região da cidade. Neste caso, um exemplo que ilustra a situação é o seguinte: se você é do Jabaquara, poderá votar em candidatos de Parelheiros, Lapa, Vila Mariana etc.

Mesmo assim é de extrema importância que todos os cidadãos de nossa cidade votem no dia 8 de Dezembro nos candidatos a conselheiros municipais, lembrando que esta votação é facultativa. Entretanto, todas as oportunidades de estímulo à participação política devem ser agarradas com unhas e dentes para tentativa de modificação do cenário político atual. A accountability (prestação de contas) estará facilitada tanto para o cidadão que desejar conversar com os representantes de seu distrito quanto para fiscalização destes representantes nas leis e diretrizes propostas pelos vereadores. Será também mais fácil entender os gastos das subprefeituras e as principais necessidades de cada região.

IRINA FRARE CEZAR

– Membro da comissão eleitoral do Orçamento Participativo – Sub prefeitura Butantã

– Coordenadora de mulheres JPSDB – São Paulo