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“O outubro de cobrança e conscientização”, por Solange Jurema

Outubro-Rosa-45Em todo o mundo, governos, instituições, médicos e militantes da boa causa se mobilizam nesse mês para o “Outubro Rosa”, para celebrar a conscientização das mulheres no combate ao câncer de mama.

Com seu símbolo universal, a fita rosa se espalha nas cidades, nos prédios, nos monumentos, na mídia, nos cartazes, nas redes sociais para chamar a atenção dos homens e mulheres para a doença que mais mata no Brasil.

Segundos estatísticas oficiais, de cada 10 mulheres diagnosticadas com esse tipo de câncer no país, quatro morrem – uma taxa bem superior a verificada em outros países europeus, por exemplo, que tem uma média de duas mortes a cada dez mulheres.

Anualmente, cerca de 12 mil brasileiras morrem dessa doença, a maioria nas regiões Sul e Sudeste, e 150 homens, que também contraem a doença. Em todo o país surgem 50 mil novos casos de mulheres com essa doença.

Pesquisas revelam que quase 40% delas descobre o câncer tardiamente, quando as chances de curas são menores e os tratamentos mais agressivos ao organismo feminino. Nos Estados Unidos, acontece o inverso: 61% das norte-americanas identifica o mal precocemente, o que aumenta muito a expectativa de vida delas.

Daí a importância de campanhas como o “Outubro Rosa” para alertar as mulheres e seus companheiros para que elas mesmas realizem exames preventivos o mais cedo possível, alguns deles bem simples como o toque nas mamas.

A realização de mamografia já na faixa dos 30 anos é o recomendável uma vez que a Organização Mundial de Saúde (OMS) registra que nos últimos anos houve um aumento de 10 vezes, em todos os continentes, nas taxas de incidências nessa faixa etária, embora ainda seja raro.

O ideal é a realização de um exame clínico anual para mulheres com mais de 40 anos e o exame mamográfico, a cada dois anos, para aquelas com idade de 50 a 69 anos. Para mulheres do grupo de risco (histórico familiar da doença, por exemplo) a recomendação é realizar esses dois exames anualmente, depois dos 35 anos.

Há que se lutar para que também o poder público brasileiro se aparelhe adequadamente e atenda às mulheres que precisam de apoio médico. No Brasil, a primeira sessão de terapia de câncer ocorre 113 dias após o diagnóstico, um absurdo e um descaso inconcebíveis para a preservação da vida. Nos países com medicina mais avançada e governos eficientes, a espera é de 30 dias.

A ausência de políticas públicas do Ministério da Saúde, a falta de divulgação oficial de ações preventivas e a carência de uma infraestrutura primária de atendimento (só existem 264 unidades no Brasil inteiro) prejudicam, as vezes de maneira irreversível, o tratamento das mulheres brasileiras. Outro dado estarrecedor: menos da metade das mulheres brasileiras que precisam de cirurgias oncológicas são atendidas a tempo pelo SUS.

Então, vamos saudar o “Outubro Rosa” como mais um momento de cobrança das autoridades públicas federais e de conscientização da mulher.

O PSDB está junto com você nessa luta.