Opinião

“Dia das Crianças. E as desaparecidas?”, por Andreia Zito

Foto: George Gianni/PSDB

Andreia-Zito-Foto-George-Gianni-PSDB-1Estamos perto das comemorações de uma das mais importantes datas do nosso calendário: 12 de outubro, Dia das Crianças. Gostaria de mandar uma mensagem a todas as crianças e adolescentes: meu desejo de felicidades, harmonia junto à família, sucesso nos estudos, perseverança nos sonhos de um futuro melhor, com educação, moradia digna e que todas, sem exceção, possam habitar um país melhor, com mais justiça e igualdade social.

Mas meu coração não pode deixar passar essa data sem lembrar das centenas de crianças e adolescentes que continuam desaparecidos neste país, longe de seus pais, de suas famílias, quem sabe sofrendo maus tratos e abusos de toda ordem. Volto, assim, a minha atenção nessa data a uma gama de pequenos brasileiros, meninas e meninos que mais uma vez vão passar o Dia das Crianças longe de seus lares.

Como autora e relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes, falo novamente sobre a necessidade de o governo levar mais a sério esse gravíssimo problema. O governo precisa atualizar e divulgar através de todos os meios possíveis o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. O cadastro atualizado poderia contribuir para a obtenção de dados mais reais e confiáveis sobre o problema em todo o País. Mas, infelizmente, o assunto parece ter sido esquecido.

Recentemente participei de audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) sobre o tráfico de crianças, onde mais uma vez denunciei o descaso do governo com esse tema. Aproveito a oportunidade para chamar a atenção de novo sobre a falta de mecanismos eficientes para que se possa localizar nossas crianças. E pergunto: até quando o Dia das Crianças será comemorado sem qualquer condição para resgatar a esperança de tanta gente?

Vamos lembrar que neste dia muitas famílias estarão sofrendo enquanto aguardam o retorno de seus filhos. Muitas, certamente, mantendo vivo o sonho do reencontro. É um sonho que não pode ser desfeito. Mas, para realizá-lo, dependemos da atuação firme do governo, das autoridades envolvidas, de todos nós.

Deputada federal (PSDB-RJ)