NotíciasOpinião

“Nunca uma Nação precisou tanto das suas mulheres!”, por José Antônio Batista do Sacramento

PSDB MulherArtigo de José Antônio Batista do Sacramento, Estudioso em Gestão Municipal e Políticas Públicas

Tenho repetido isso, e sempre com enorme convicção. Não para puxar o saco das mulheres e nem seria possível, mas para defender uma renovação de gênero que acho muito apropriada para o momento.

Churchill, após a vitória na segunda guerra mundial disse, referindo-se à coragem dos pilotos da RAF que impediram a destruição da Grã-Bretanha: “Nunca tantos deveram a tão poucos”. Essa frase foi um consolo de importância incalculável para as mães dos pilotos sobreviventes, mas, principalmente, para as mães dos que não voltaram aos seus colos. Não fossem aqueles heróis que arriscaram suas vidas nos Spitfires e Hurricanes lutando contra os poderosos Messerschmitts alemães, toda uma nação estaria exterminada pela fúria incontrolável do Führer.

Acho que se Churchill, brasileiro fosse e estivesse vendo o que vejo, certamente diria a mesma coisa às brasileiras. Diria e por um motivo bem simples, quando o gênero masculino, que representa quase 90% nos parlamentos, perde a credibilidade, a saída óbvia é chamar as mulheres. Claro que ainda temos homens confiáveis e capazes no Legislativo, mas nas últimas safras muitos deles têm ficado vermelhos, cheios de
estrelas, o nariz tem crescido muito e as cuecas têm ficado muito elásticas. Para esses, é melhor darmos uma foice e um martelo para que trabalhem no campo, assim poderão mostrar toda a sua força e produzirão mais para a Nação. Eu, particularmente, gostaria de ver por lá, saias verde e amarelas, corações azuis e brancos, perfumes com a fragrância da sensibilidade, olhares da complacência, um sexto sentido, já que cinco já não bastam, mãos com a maciez da sinceridade, tudo com a qualidade inigualável do alimento que recebi nos meus primeiros meses de vida.

Acredito que as metáforas acima, se bem interpretadas, já seriam argumentos suficientes para mostrar a realidade atual do nosso Brasil e justificar por que nunca uma Nação precisou tanto das suas mulheres. Porém, em outras palavras, usando agora uma lei da natureza, acrescento que não foi à toa o papel dado ao homem de fazer o bebê e a mulher de gestá-lo. Já imaginaram um homem gestando um bebê? E qual será o recado que o criador quis deixar com essa construção? Bem, isso não é para ser respondido e sim para ser refletido, porém, estou certo que contradiz o “acordo de gênero” que nossos primatas disseram ter feito “de que lugar de mulher é em casa” e que hoje, embora tenha mudado nos serviços medianos, pouco mudou quando se trata de cúpula, principalmente pública. Poucas mulheres estão se candidatando e muitas ainda não estão votando nelas, talvez ainda por terem realmente acreditado no “acordo” dos nossos ancestrais.

ChiquinhaGonzaga.jpgVou fazer uma provocação tirando da manga uma figura feminina que me enche de orgulho, que foi a brasileiríssima Chiquinha Gonzaga. Numa época em que as esposas estavam confinadas às tarefas de tocar piano para fazer sala às visitas do marido e mandarem servir o chá, Chiquinha percebeu que tinha muito mais a dar à humanidade do que aquelas tarefas miúdias que lhes eram impostas por uma convenção social injusta. Rompeu aquele contrato opressor e dispôs-se a pagar o alto preço que a sociedade do seu tempo cobrava. Foi à luta e deixou ao mundo, além de uma das mais belas obras musicais, um exemplo dignificante e altamente significativo, de bravura e coragem. Como gostaria de ver, pelo menos, 400 Chiquinhas Gonzagas no Congresso e umas 30 mil nos demais parlamentos brasileiros!

A grata e feliz constatação é que temos milhões de Chiquinhas no Brasil, mas, muitas ainda não perceberam o quanto seria importante a sua contribuição no processo político brasileiro, num momento em que o País passa por uma das suas piores crises de confiança. Chegou o momento das brasileiras buscarem a luta política, e invadirem esses parlamentos antes que eles implodam. Chegou o momento também da eleitora brasileira fazer essa renovação tão salutar e necessária. A maioria dos brasileiros fala que o político não tem vergonha na cara, mas, alguém diria que sua própria mãe não tem? E será que é preciso dizer o porquê?

Não quero com isso afirmar levianamente que a mulher é mais honesta na política que o homem, pois isso só saberemos quando tivermos um número mais expressivo de mulheres contudo, posso afirmar que, se não fizermos essa renovação de gênero jamais saberemos. Assim, por que não renovar? A democracia areja mais quando renova. Pergunto, numa guerra, se você tem um inimigo na frente e dispõe de dois cartuchos, você vai usar um ou os dois? A questão é de lógica e não de preferência e a mulher é o nosso segundo cartucho na guerra do BEM. Estabeleceu-se no Brasil, que os parlamentos deveriam ter um mínimo de 30% de mulheres e isso, infelizmente está longe de acontecer.

A política é a ciência que discute e cuida dos filhos da pátria, certo? Os filhos da pátria são também filhos da mãe, certo? Então, se as mães não cuidam da política estão deixando seus filhos órfãos da pátria e, por conseqüência, meio órfãos da mãe também. Para a re-adoção dos seus próprios filhos, o caminho é filiar-se ao partido da sua confiança para garantir participação nas decisões e, se estiver capacitada, buscar a sua candidatura para cuidar mais de perto dos filhos da pátria. Mas lembrem-se, nossa pátria é verde, amarela, azul e branca!!!