Opinião

“Mais creches, menos promessas”, por Thelma de Oliveira

Artigo da presidente do PSDB-Mulher, Thelma de Oliveira

George Gianni / PSDBO governo Dilma Rousseff agiu mais uma vez contra o interesse da maioria da população, contra o interesse daquelas que mais precisam, contra o interesse das mulheres mais pobres que dependem do apoio do Estado para trabalhar.

Refiro-me à decisão do Ministério da Educação (MEC) que autorizou as creches públicas a fechar no período de férias escolares, ou seja, nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho.

É um absurdo sem precedentes e atinge diretamente milhares de brasileiras que usam e dependem da existência de creches em sua cidade para poder trabalhar fora com tranquilidade.

A presidente Dilma Rousseff, que gastou uma pequena fortuna com ela e seu staff em sua viagem papal, esqueceu uma questão básica: o que farão as mulheres mães de crianças de 0 a 3 anos que não têm aonde deixar seus filhos e filhas?

Será que os seus patrões compreenderão essa nova situação criada pelo Ministério da Educação e as dispensarão do trabalho nesses quatro meses? Evidentemente que não.

Mas o descaso do governo Dilma com as mulheres e seus problemas cotidianos não vêm de hoje. Nos dois primeiros anos de seu mandato, foram construídas apenas sete unidades em todo o país, quando em sua campanha ela prometeu erguer mais de 6 mil creches – o levantamento foi realizado pelo jornal “O Estado de S. Paulo,” no final do ano passado.

Atualmente, depois de dez anos de governo petista, o Brasil só abriga 20% de suas crianças entre 0 e 3 anos em creches, segundo estudo da Fundação Abrinq, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (PNAD) de 2009.

Outra pesquisa, feita pelo Diesse com a própria Secretaria de Políticas para as Mulheres, aponta que somente 18% das 10 milhões de crianças em idade de creche estavam regularmente matriculadas. É uma realidade absurdamente distante da meta prevista no Plano Nacional de Educação (PNE) que previa atender, até 2011, 50% das crianças nessa faixa etária.

Segundo o Dieese, seriam necessárias pelo menos 19 mil novas unidades para comtemplar todas essas crianças – três vezes do que as 6 mil prometidas e não construídas pelo governo Dilma.

Os dados estão todos aí e falam por si. Se a mulher fosse prioridade nesse governo, se a criança fosse prioridade nesse governo, se a educação fosse prioridade, a situação seria outra.

Mas, como vivemos em tempos de Pinóquio no Palácio do Planalto, a propaganda oficial tenta mascarar a dura realidade da mulher brasileira e lhe impõe mais um vil problema: o de se virar, nos meses de férias escolares, com seus filhos menores de 3 anos.

Só um governo insensível à causa social, só um governo que não enxerga os reais problemas da mulher brasileira, trabalhadora, é capaz de fechar as creches públicas nas férias escolares.

Chega de promessas, as mulheres querem mais e mais creches!