Após a reunião da Executiva do Secretariado da Mulher em São Paulo e do encontro de avaliação do ano eleitoral, o PSDB Mulher estadual fez um balanço positivo do processo que resultou em motivação e, sobretudo, em novas filiações para o segmento no partido. O clima pós-eleições, ainda que composto pela indignação por não ter alcançado a Presidência da República surtiu um efeito assertivo no que diz respeito ao posicionamento das lideranças e da militância na oposição ao governo federal e na construção de bases mais fortalecidas. ”Estamos com grande demanda por filiação. São mulheres que querem participar do PSDB Mulher e interagir com grupos na política. Sentimos que é muito importante acolher e ter atividades que proporcionem a discussão de conteúdos que têm angustiado a sociedade”, argumenta a presidente estadual, Nancy Ferruzzi Thame. O mesmo fenômeno acontece regionalmente, onde as coordenadoras apontam um movimento de adesão ao Secretariado, por mulheres de segmentos diferentes da sociedade , dispostas a atuar pela política. Estes relatos apareceram tanto na reunião do Conselho Político do PSDB Mulher, na última sexta-feira, quanto na mesa redonda promovida pelo Secretariado Estadual, no mesmo dia, tendo como painelista convidada a cientista política Lúcia Avelar. ”O Brasil ainda está muito aquém no que se espera em termos de igualdade de participação das mulheres nos parlamentos, e temos a dificuldade em manter as que estão lá na defesa do posicionamento de gênero. O que vejo como prioridade nesse trabalho do PSDB Mulher é que se discuta e se defenda a reforma política. Recomendo também que atentem e somem ao trabalho de ONGs e demais instrumentos da sociedade civil que conseguem levar essas demandas para os parlamentos e governos”, receita Lúcia. Na mesa redonda, a cientista política respondeu a questões sobre paridade, relatou sua atuação em anos de estudo e trabalho para identificar a presença da mulher na política e auxiliar nessa conquista de espaço, que acontece desde 1988. “De 5.565 municípios brasileiros, 1,3 tem pelo menos uma Secretaria de Gestão de Políticas para mulheres. Hoje são 400 Conselhos de Direitos da Mulher no Brasil, por mais que não haja igualdade no parlamento, temos uma rede de articulação construída que nos faz chegar aos Ministérios e ao Congresso”, pontuou.
Campanha positiva e construtiva
As mulheres que integram o Secretariado Estadual do PSDB aproveitaram a reunião da Executiva para fazer relatos sobre a campanha, tanto a que reelegeu Geraldo Alckmin para o Governo de São Paulo, quanto a que fez Aécio Neves quase chegar à Presidência da República. O consenso sobre a necessidade de defesa da Reforma Política ficou claro, sobretudo no que diz respeito ao voto distrital e ao financiamento de campanha. Outra opinião comum foi o poder de mobilização que o PSDB e partidos aliados descobriram nos meses em que estiveram nesta campanha eleitoral. “Fomos muito para as ruas e lá é que sentimos a vontade de mudança”, assinalou a vereadora Tieza Marques. Para a presidente do PSDB Mulher Municipal (SP), Janice Martins, esse foi um termômetro que fez o comitê da capital organizar manifestações externas. “O ‘Agora é’ veio daí, fomos fazendo eventos como o da Praça da Sé, com mais de 1000 pessoas, juntamos 4.000 na Praça da República. A ideia é seguir agora nesta linha, nos unindo a movimentos como o Vem pra Rua”, contou. Maria Terezinha Lello Castro também foi para as ruas, mas focou uma atuação em redes sociais e de informação, segundo relatou. Para ela, nasce uma oposição robusta desse processo eleitoral. “Não podemos deixar soltos os milhões de brasileiros que não escolheram seguir com esse governo”. Maria Inez Moura Fazzini Biondi disse que a presença forte do partido concorrente na sua região, Ilhabela, por conta dos sindicatos e da Petrobrás, uma nova compreensão do contexto político no Brasil ficou nítida. “Vimos, pela primeira vez, o governo de Fernando Henrique Cardoso ser enaltecido em comparação com esses anos de PT no Brasil”, analisou.
*Do site do PSDB Mulher SP