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Aécio reúne cinco mil apoiadores em Recife e conclama: “Não vamos desistir do Brasil”

Foto: Orlando Brito/PSDB
Foto: Orlando Brito/PSDB

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Cerca de cinco mil pessoas, entre apoiadores e lideranças políticas, se reuniram, neste sábado (11/10), em Recife (PE), em ato de apoio à candidatura de Aécio Neves à Presidência da República. No ritmo do frevo, o candidato da Coligação Muda Brasil foi recebido com festa pelos pernambucanos e prometeu aos brasileiros que não vai desistir do país.

“Os brasileiros estão ávidos, sedentos e na expectativa de que alguém possa libertá-los do jugo desse governo, que não respeita a democracia, não respeita reputações, não respeita seus adversários. A eles digo aqui, de Pernambuco: estou pronto para vencê-los e para dar ao Brasil o governo que os brasileiros esperam. A partir desse instante, somos um só corpo, uma só alma e uma só responsabilidade para com o Brasil sonhado por todos os brasileiros. Não vamos hoje e nunca mais desistir do Brasil”, declarou.

Ao lado da filha, Gabriela Neves, e de familiares do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em agosto deste ano, – entre eles os filhos João, Pedro e Maria Eduarda, o irmão Antônio Campos, e a avó Magdalena Arraes, viúva do ex-governador Miguel Arraes – Aécio se emocionou com a calorosa recepção pernambucana e lembrou a trajetória do amigo, que também compartilhava do sonho de mudar o Brasil.

“Já vivi muita coisa na minha vida, não comecei ontem a minha caminhada na política. Já passei por momentos de muita alegria e também por momentos de enorme dor e frustração, mas não me lembro de ter vivido um momento de tamanha emoção como o que vivo aqui hoje, em Pernambuco, no Recife de Eduardo, de dona Magdalena, de João, Pedro e Maria Eduarda”, afirmou.

“Aqui, a razão e a emoção se encontram. A razão daqueles que sabem que o Brasil não merece viver mais quatro anos sob esse governo que desprezou o compromisso com a ética, com os valores e abandonou um projeto de país”, afirmou Aécio. “E a emoção se dá quando pessoas não apenas de partidos diferentes, mas de regiões, de gerações, até mesmo de convicções diferentes, se unem em torno de algo maior”, acrescentou.

Força e responsabilidade

O candidato à Presidência da República assumiu compromissos que vão além dos já estabelecidos no primeiro turno das eleições, como a escola de tempo integral para todos os brasileiros, a aprovação do Saúde+10, projeto que obriga a União a destinar 10% de suas receitas para o setor, a priorização da sustentabilidade e a diminuição das “vergonhosas diferenças regionais que separam os brasileiros”.

“Serei e tentarei ser como foi Juscelino [Kubitschek], há 60 anos, um outro mineiro que assumiu a Presidência da República: o presidente da integração e da diminuição das diferenças”, ressaltou.
Aécio destacou ainda que deixará o Estado sentindo, em sua alma e seu coração, “a força dos exemplos de Pernambuco e de Eduardo Campos e a responsabilidade dos brasileiros que querem e vão fazer a mudança que precisamos viver”.

Caminhos cruzados

Filho de Eduardo Campos, João leu uma carta escrita por sua mãe, Renata Campos, expressando sua gratidão ao povo pernambucano. “Esse foi um ano duro. Perdemos o nosso Eduardo, nosso Dudu. Ele tinha o sonho de transformar o país. Hoje temos duas possibilidades, a de continuar como estamos ou a de seguir o caminho das mudanças. O atual governo é incapaz de realizar mudanças”, dizia trecho da carta.

No documento, Renata ressaltou que Aécio e Eduardo Campos sempre tiveram os seus “caminhos cruzados”. “Eles souberam se unir pelo bem do Brasil, para levar adiante os seus ideais. Somos nordestinos, somos brasileiros, e queremos juntos, com a garra e energia do nosso povo, construir a nova nação brasileira”, escreveu.

O melhor futuro

Vice na chapa de Marina Silva, Beto Albuquerque (PSB) parafraseou Eduardo Campos ao dizer que Pernambuco é a prova de que o Nordeste não é o problema do país, e sim a solução. “Eu e os companheiros do meu partido assumimos o compromisso de dizer não ao Brasil parado, estagnado, da corrupção. Por isso, dissemos sim a Aécio Neves, porque queríamos o melhor futuro para o nosso país”, destacou.

O prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), afirmou que Aécio personifica “o projeto de mudança do Brasil”. “Pernambuco não compactua com um governo que se diz popular, mas que governa de costas para o povo. Vamos ajudar a construir uma grande vitória brasileira. Política se faz de encontros, e nós estamos prontos”, conclamou.

Já o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), escolheu uma frase de Miguel Arraes para exemplificar o atual momento político. “Temos o caminho. Como dizia Miguel Arraes, ‘o possível a gente faz. O impossível, o povo nos ensina a fazer’. Pernambuco está com você, Aécio, vai te apoiar. Vamos fazer uma campanha limpa, de propostas e de ideias”.

Desenvolvimento regional

O ex-ministro Fernando Bezerra, do PSB, lembrou que o ex-presidente da República Juscelino Kubistschek foi quem “criou as bases para uma política de desenvolvimento regional” que deverá ser continuada e aprimorada por outro mineiro, Aécio Neves. “Não bastam os programas sociais. Queremos Aécio presidente para assumir um compromisso com o Nordeste que vá além do Bolsa Família. Precisamos de infraestrutura, ferrovias, hidrovias, qualificação, investimentos”, disse.

Para o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), a presidente Dilma Rousseff está “sitiada pela corrupção, convive com ela”. “Ela não pode dar lição de moral em ninguém, com toda a cúpula petista em uma penitenciária de Brasília, a Papuda”, salientou, em alusão ao escândalo do mensalão. “Precisamos garantir a Aécio uma boa votação aqui em Pernambuco, para compensar esse desnível que vemos hoje no Brasil”.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou que “o projeto de Aécio é o que tem mais proximidade” com as políticas defendidas pelo seu partido. Já o governador pernambucano, João Lyra Neto (PSB), acrescentou que não se faz “política sem história”. Ele comparou as trajetórias de Aécio e Eduardo Campos com as de Tancredo Neves e Miguel Arraes. “Chegou a hora de uma nova fase, um novo modelo político. Assim, a dona fadiga entra em desespero”, completou.