Opinião

“Ética e eleições”, por Tiana Azevedo

Tiana Azevedo, na 1ª reunião ampliada da executiva do PSDB Mulher

Tiana Azevedo, na 1ª reunião ampliada da executiva do PSDB Mulher

Rio de Janeiro – Na história recente do país, por diversas vezes é mostrada uma inquietação das massas para que a corrupção deixe de existir na vida pública. Percebe-se dessa forma, uma intensa relação entre ética e eleições. Sem ética não existe democracia, o que existe é má política. E a má política é feita tanto para quem vota quanto para quem é votado.  As eleições não podem cumprir seus objetivos sem que haja um sistema que regulamente as relações entre eleitores, candidatos e Estado.

Quando um eleitor entra em uma cabine para votar, está fazendo muito mais do que, simplesmente, assinalar o nome de seu candidato preferido. Ele, como cidadão, está assumindo uma postura intimamente relacionada com a ética. Está exercendo cidadania.

No momento em que alguém negligencia seu voto, negando-se a exercer este direito-dever, mesmo que desenrole um novelo de explicações está fugindo de uma responsabilidade intransferível. É como se lavasse as mãos como o tal Pilatos, fechando os olhos para o mundo e pensando estar isento de qualquer culpa pela fome, miséria, desemprego e analfabetismo do país.  O eleitor omisso “perde o trem da história”, como diria o compositor. Tal atitude pode ser interpretada como um ato de extrema covardia de alguém que não se importa com o que acontece, já que “seja lá qual for o candidato eleito, sua vida não será afetada”. Ledo engano! As consequências das nossas escolhas vão estar refletidas no dia-a-dia, quando compramos o pão ou lemos o jornal.

Interessante é notar como certas pessoas não votam porque se queixam de que os políticos não possuem ética. Mas, ao anularem seus votos, não estão agindo diferentemente dos corruptos. Na verdade, tanto a omissão quanto a corrupção possuem a mesma raiz: a indiferença para com o sofrimento do próximo.

As eleições representam democracia e trazem a proposta de lutar contra os regimes autoritários que ferem os princípios éticos. Cada político deve estar consciente de que representa o povo e não os próprios interesses. É moralmente responsável pelo uso adequado de verbas públicas em defesa do povo. Deve ter em mente que cada voto representa confiança, para que corresponda às expectativas com honradez, além de um programa de governo que defenda os interesses dos grupos marginalizados economicamente.

A relação entre ética e política é óbvia. Candidatos eleitores devem exercer uma cidadania plena, pautada em atitudes moralmente corretas, para que os anseios do povo sejam satisfeitos e tenhamos uma sociedade digna. É preciso que tenhamos um rígido código de ética regulamentando nossas ações, para que sejamos atuantes nos papéis que desempenhamos, sem fugir às nossas responsabilidades. E, seguindo princípios éticos, resta-nos torcer para que o país encontre o rumo, com a estratégia político-ideológica que melhor se ajustar aos problemas sociais.

* Tiana Azevedo. Pedagoga. Presidente do PSDB Mulher do Estado do Rio de Janeiro. Assessora Tecnica da Prefeitura Municipal de Itaguai, RJ. Consultora do PNUD de 1991-2001.