Pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgada nesta segunda-feira (7/6), revela um dado alarmante no que diz respeito à violência contra a mulher: uma em cada quatro brasileiras acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência durante a pandemia, no último ano. Entre as agressões físicas, foram oito casos registrados por minuto.
São cerca de 17 milhões de mulheres, o equivalente a 24,4% das entrevistadas, vítimas de violência física, psicológica ou sexual.
Entre os fatores que explicam o aumento da violência, em especial doméstica, durante a pandemia está a convivência forçada entre as mulheres e seus agressores, por conta do isolamento social, e a dificuldade em procurar ajuda.
Porém, para grande parte das vítimas, a questão financeira é o principal problema. De acordo com o estudo “Visível e invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil”, a falta de autonomia financeira impulsionada pelo desemprego deixou 25,1% das brasileiras mais vulneráveis em 2020.
Os brasileiros têm percebido o avanço nos casos de violência de gênero durante a pandemia. Segundo o Datafolha, 73,5% da população acredita que a violência contra as mulheres aumentou no último ano. 51,5% dos brasileiros também relataram ter testemunhado alguma situação de violência contra a mulher nos últimos 12 meses.
Foto: Alexssandro Loyola/Lid. PSDB na Câmara
Em suas redes sociais, a deputada federal Shéridan Oliveira (PSDB-RR) lamentou o crescente número de casos e pediu que sejam denunciados por meio dos canais de atendimento adequados.
“17 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência no último ano, durante a pandemia. Uma em cada quatro mulheres, que podem ser sua irmã, sua amiga, sua colega de trabalho. 17 milhões, gente! 17 milhões!”, escreveu.
“Se você está vivendo este verdadeiro inferno, por favor, denuncie! Peça ajuda de alguém de confiança ou ligue direto para as autoridades”, acrescentou a parlamentar.
Alta nos feminicídios
Também aumentaram os casos de feminicídio em todo o país, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. Segundo levantamento feito pela Folha de S.Paulo junto às secretarias de Segurança Pública dos 26 estados e do Distrito Federal, 1.338 assassinatos de mulheres por sua condição de gênero foram registrados em 2020. Na região Norte, o número de casos cresceu 37%. Já no Centro-Oeste, 14%.