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Yeda Crusius debate importância da mulher na política em live com a JPSDB de Camaçari

A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, participou, nesta segunda-feira (31/05), de uma live com a Diretora de Mulheres da Juventude do PSDB de Camaçari (BA), Edicarla Figueredo. As tucanas debateram sobre a importância da mulher na política e como a cultura patriarcal da sociedade brasileira afeta a representação feminina nos espaços de poder.

Ao lembrar que foi a única governadora eleita pelo PSDB em toda a história do partido, no Rio Grande do Sul, Yeda ressaltou como o Brasil está atrasado em relação a outros países da América Latina no quesito representação feminina.

Para ela, o caminho a ser seguido, e uma das principais bandeiras defendidas pelo PSDB-Mulher, é o da paridade de gênero.

“A política tem que ser feita de uma tal maneira, pelos partidos, pelas regras eleitorais, pela sociedade, que represente a realidade da sociedade: 50% homem, 50% mulher. Como é que na política só tem 15%? Tem alguma coisa de errado com o modo de fazer política”, constatou.

Segundo a tucana, na iniciativa privada, empresas já perceberam que podem alcançar mais sucesso, lucro e resultados com políticas internas que promovam a diversidade nos postos de comando. É preciso expandir essa visão para outros cenários.

“Já há provas, evidências suficientes, de que na empresa o lucro melhora. Por que não fazer isso na política? Por que não pensar em um hospital, com esse vírus terrível que a gente está vivendo? Quem é que trabalha no hospital? A maior parte é mulher. A direção do hospital é de mulheres? Não. Em sindicatos, as trabalhadoras são 40/60. A direção dos sindicatos representa 40/60? Não”, exemplificou.

“Enquanto o comando for desproporcional ao que é a nossa sociedade, você vai reproduzir a cultura da violência, da desigualdade, da exclusão, do preconceito. É essa cultura que nos mata, é a cultura patriarcal que nós temos na maior parte do Ocidente”, apontou.

Apoio a novas lideranças

Durante o bate-papo, Yeda Crusius destacou que faltam políticas públicas pensadas sob uma ótica feminina. É aí que entra o PSDB-Mulher e seu trabalho de preparação, capacitação e apoio a novas lideranças na política.

“Trabalho através do PSDB-Mulher para fazer, por exemplo, com que no ano que vem sejam eleitas governadoras pelo PSDB. No Nordeste nós temos a Raquel Lyra, prefeita reeleita de Caruaru, que pode vir a ser governadora de Pernambuco. Temos a Cinthia Ribeiro, única prefeita eleita de capital, de Palmas, que pode ser governadora do Tocantins”, disse.

“Assim estou pesquisando, junto com a minha equipe do PSDB-Mulher, quantas mulheres estão querendo, dispostas a enfrentar uma eleição para governadora, senadora, deputada federal, para tudo. Vamos fazer uma campanha no ano que vem para continuar crescendo como crescemos em 2018”, frisou.

Mulheres sem voz

Iniciando agora a sua trajetória na política, a diretora da JPSDB de Camaçari opinou que é impossível mudar o atual cenário da mulher na sociedade sem mais representantes femininas na política. O problema, no entanto, é que as mulheres que se aventuram a ocupar os espaços de poder sofrem represálias por isso.

“Nós mulheres, quando iniciamos o processo político, não estamos dizendo que queremos tomar o lugar dos homens. A gente quer somar, porque acreditamos que se nós somarmos, vamos chegar a espaços maiores. Mas vejo uma resistência muito grande para nós mulheres, até para sermos ouvidas”, considerou Edicarla Figueredo.

Yeda Crusius citou o exemplo da CPI da Pandemia, que dentre os seus quadros de titulares e suplentes não tem nenhuma mulher. Após pressão da Bancada Feminina, as senadoras conseguiram garantir o seu direito à fala durante os trabalhos da comissão. Porém, são continuamente interrompidas pelos seus pares ao expressarem as suas convicções.

“Estão cancelando as mulheres na política, não deixando elas falarem”, avaliou a presidente do PSDB-Mulher Nacional.

“A mulher tem dificuldades muito particulares, porque a sociedade é preconceituosa, desigual, violenta, machista. Há uma cultura, um comportamento, que faz com que a gente seja levada a provar a cada minuto que a gente é boa naquilo que a gente faz”, completou a tucana.

Perdeu? Assista a íntegra do encontro:

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