Opinião

“Mais Poder para as mulheres”, por Thelma de Oliveira

Artigo da vice-presidente nacional do PSDB-Mulher, Thelma de Oliveira

George Gianni / PSDB“O que será?
Estão falando alto
Pelos botecos
E gritam nos mercados
Que com certeza
Está na natureza…”
Chico Buarque

Em tempos de reforma política, em que as ruas clamam por mudanças radicais na forma de se fazer política no Brasil, nada como uma pesquisa como a realizada pelo Ibope/Instituto Patrícia Galvão, que captou o sentimento popular sobre o verdadeiro desejo de maior presença feminina nas instâncias decisórias do Legislativo.

Não há mais como esconder e nem existem meios de evitar o que o povo também quer e revela nas pesquisas e nas ruas: 80% da população brasileira entendem que as mulheres – que são a maioria da população e do eleitorado – devem ter pelo menos a metade das cadeiras de todos os parlamentos. As mulheres, mais do que os homens, querem isso – 82% contra 69%.

Ou seja, o povo brasileiro confia nas mulheres e quer que elas ocupem 50% das cadeiras do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das Assembleias Legislativas Estaduais e das Câmaras de Vereadores.

A pesquisa foi realizada com 2.002 pessoas no Brasil, entre os dias 11 e 15 de abril, antes, portanto da multidão ir às ruas. Hoje, com certeza, esse sentimento deve ser maior ainda, quando o povo está nas ruas querendo uma representação política mais real e mais direta.

O povo brasileiro quer mais, segundo a pesquisa do movimento “Mais Mulheres na Política”. Setenta e um por cento das pessoas entrevistadas acreditam que a reforma política é “importante/muito importante” para que seja criada essa paridade (meio a meio) nos parlamentos federal, estaduais e municipais do Brasil.

Nada menos do que 74% dos brasileiros entendem que só haverá uma democracia de fato quando as mulheres tiverem mais espaços de tomada de decisão no país.

O empoderamento feminino deve começar nos partidos, como sugere a pesquisa: 78% concordam que os partidos deveriam apresentar uma lista de candidatos 50% homens e 50% mulheres. Para 73%, deveria haver punição para o partido que não cumprir essa regra.

É claro que ainda não há consenso político nem mesmo consciência política entre os partidos para uma representação feminina dessa grandeza. Mas os primeiros passos já estão sendo dados, pelo menos no PSDB, que garante 30% de participação das mulheres em seus órgãos diretivos municipais, estaduais e nacional.

A pesquisa revela, por exemplo, que somente 72% dos homens concordam com a ampliação do acesso feminino dentro dos partidos, contra 82% das mulheres que querem isso.

Nossa luta continua e seguiremos trabalhando, com planejamento adequado, nos fortalecendo com ações concretas e demonstrando, em nossa prática política diária, que devemos e podemos alcançar mais espaço não só no partido como em toda a sociedade, como é o desejo irrefreável do povo brasileiro.