No primeiro Painel PSDB Brasileiras/PSDB-Mulher de 2021, ocorrido nesta quinta-feira (25/02), prefeitas tucanas relataram os desafios enfrentados pela gestão durante a pandemia. Prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro contou sobre a situação caótica da saúde na capital tocantinense. Isso porque, em 32 anos de história da cidade, nenhum dos gestores anteriores construiu um hospital municipal.
O município agora faz o que pode para conter o avanço do vírus focando apenas na atenção básica.
“É um momento muito crítico porque as pessoas têm politizado tudo, têm politizado a situação dos leitos para UTI. Infelizmente, Palmas vive hoje o pior de todos os cenários desde o início da pandemia, a quase um ano atrás. Nós temos apenas três leitos de UTI disponíveis, ou seja, um colapso total na rede pública e na rede privada. O governo do Estado não montou hospital de campanha, não contratou outros leitos. Operações da Polícia Federal acontecendo o tempo todo. Denúncias dentro do próprio governo do estado”, relatou.
Tudo isso, segundo ela, se soma ao negacionismo da pandemia que tem sido propagado pelo próprio governo federal, “omisso com relação aos municípios e todo esse sistema básico de saúde. E, mais do que isso, omisso inclusive na própria vacinação”.
ANOS DE PLANEJAMENTO
A situação de Palmas é bem diferente da encontrada por Raquel Chini na prefeitura de Praia Grande, administrada anteriormente pelo também tucano Alberto Mourão. O município mantém os índices da pandemia sob controle.
“Temos uma cidade tranquila. Posso até dizer que, como, na área da saúde, investimos muito na área da atenção básica, temos um controle grande na cidade. Estamos na fase amarela, sem problemas de vagas de UTI, com controle, e com um hospital de campanha que, mais um pouco, e eu consigo desmobilizar”, afirmou.
Para a prefeita, o desafio a ser enfrentado na gestão de Praia é manter “a peteca no ar”, dando continuidade aos anos de trabalho e ao legado deixado pela gestão anterior.
“Durante anos, nós recuperamos a cidade. Desenvolvemos o turismo, toda a infraestrutura, esgoto tratado, escolas padronizadas. Todo esse trabalho vem de um planejamento muito grande”, disse ela.
AGENDA DE DESENVOLVIMENTO
Reeleita à Prefeitura de Caruaru, Raquel Lyra também tem enfrentado problemas devido ao contexto político, econômico, fiscal e sanitário absolutamente distinto de seu primeiro mandato.
“Isso faz com que a gente tenha que reinventar o governo. Tenho feito o exercício, desde o início, quanto a gente estava discutindo ainda o plano de governo e logo depois da eleição, de recomeçar. Não dá para ajustar, a gente precisa recomeçar. A palavra é reinvenção”, apontou.
“Estamos tendo um trabalho de ajuste e equilíbrio de contas gigantesco. Estamos revisitando todos os nossos contratos, reduzindo esses valores, buscando a maior eficientização do gasto. A gente precisa fazer mais com menos”, explicou.
A tucana classificou a modernização da máquina pública do Estado brasileiro como uma prioridade, com a revisão do pacto federativo e dos recursos destinados aos municípios. Além disso, é preciso comprometimento com uma agenda de desenvolvimento para o Brasil que tenha em mente os necessários recortes regionais.
“A necessidade do Nordeste não é a necessidade do Norte, do Sul. A gente precisa modernizar a máquina pública, entregar um serviço de qualidade. Enxergar o país nas suas diversidades, nos seus consensos, e conseguir garantir que a agenda para o Brasil seja uníssona, onde todo mundo consiga se enxergar nela e chegar perto da população”, salientou Lyra.
RESILIÊNCIA FORTALECIDA
Para a prefeita de Abaetetuba, Francineti Carvalho, os desafios enfrentados em 2020 a ajudaram a fortalecer sua resiliência. Ela vivenciou a pandemia da forma mais intensa possível: como profissional de saúde, como familiar e amiga de pessoas que perderam a vida para o vírus, e como paciente. Em plena campanha eleitoral, ela contraiu covid-19 e ficou 12 dias na UTI.
“É preciso lutar para que a ciência seja maior, o SUS seja maior do que as questões meramente ideológicas que a gente vê hoje. Vivemos em um país em que a ideologia e o negacionismo tomam conta. Se nega a vacina, a força da ciência, o sistema público de saúde, em função de ideias que a gente não sabe nem de onde vêm. Isso atrapalha muito o indivíduo que está na ponta, porque ninguém mora na nação ou no estado. Eles são elementos simbólicos. As pessoas vivem no município, batem na porta do prefeito”, constatou.
A tucana acredita que o grande desafio dos gestores de municípios é “não virar bombeiro, vivendo só de apagar incêndios”.
“A gente tem que parar e planejar, dizer o que eu quero para o meu município. Preciso aumentar a cobertura vacinal, as equipes de saúde da família, quero reduzir a mortalidade infantil, conhecer nossos indicadores. São desafios imensos, principalmente quando a gente trabalha em uma região como a nossa”, acrescentou.
“Enquanto a gente não combater as desigualdades sociais, não vamos conseguir reverter problemas seríssimos. Serei sempre municipalista, essa é a minha bandeira. É preciso que Brasília olhe para essas desigualdades. As lideranças dos municípios precisam ser escutadas”, completou a prefeita.
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