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Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: entenda por que falar é a melhor opção

Esta quinta-feira (10/9) foi marcada pelo Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Criada em 2003, visa incentivar ações ao redor do globo para evitar e conscientizar sobre o problema. No Brasil, a campanha Setembro Amarelo foi criada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria para acompanhar a data e aumentar o seu alcance.

Este ano, um fator diferente vem à tona: a pandemia. A ansiedade trazida pelo medo da doença, o luto pela perda de entes queridos e o isolamento social estão afetando seriamente a saúde mental de todos. Dados preliminares de um projeto de pesquisa divulgado pelo Ministério da Saúde em 8 de setembro mostram que, dos 17.500 questionários respondidos, 86,5% das pessoas relataram ansiedade. Além disso, 71,9% dos relatos de transtornos mentais eram relatados por mulheres.

Assim como outros sentimentos que possuímos, a tristeza, a ansiedade e a dor também precisam ser expressas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser evitados. Por isso, saber falar e (principalmente) ouvir sobre o assunto sem preconceitos ou julgamentos é um fator determinante. O diálogo, principalmente com especialistas, é fundamental para que isso ocorra de forma saudável.

Em casos de preocupação com o bem-estar do próximo, o CVV recomenda uma conversa direta com a pessoa que está sofrendo. “Um diálogo aberto, respeitoso, empático e compreensivo pode fazer a diferença. Procurar saber como a pessoa está, o que tem feito ultimamente, como está se sentindo. O foco da conversa deve ser o outro, portanto, não é recomendável: falar muito sobre si mesmo, oferecer soluções simples para os problemas que a pessoa relatar e desmerecer o que ela sente”.

Para isso, é necessário praticar e aprender a realizar a escuta ativa. “Uma escuta ativa consiste em realmente ouvir e compreender o que o outro diz, não apenas esperar uma pausa para poder respondê-lo. Isso não significa, no entanto, deixar a pessoa falando sozinha. Algumas pontuações que podem ser feitas consistem em: fazer perguntas abertas; fazer um breve resumo do que a pessoa falou, de tempos em tempos, para que ela saiba que você está atento ao que ela diz; retornar a algum ponto que não tenha ficado claro e tentar, ao máximo, escutá-la sem julgamentos”.

Ninguém escolhe sofrer, mas você pode escolher ajudar. Se você ou algum ente querido está passando por momentos difíceis, lembre-se: você não está sozinha! Se precisar falar sobre algo, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida pelo número 188 ou pelo site cvv.org.br. O atendimento é gratuito e completamente sigiloso.