Em tempos de infindável produção de fake news, memes, e maldades que se aproveitam da intensa atividade nas redes sociais, ampliada ao limite pela imposição do isolamento social durante a pandemia da covid-19, é preciso denunciar oportunistas como Sara Giromini. Quando se declarava feminista, usava o sobrenome de sua identidade. Quando mudou de militância, o de Winter.
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o habeas corpus impetrado pela defesa de Sara Giromini, líder do grupo “300 pelo Brasil”, presa por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator de inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos que teimam em acontecer nos últimos tempos do Brasil.
Toda exposição pública sem fundamento plausível se torna apenas uma perigosa autopromoção, quando carente de atos concretos a favor da causa apregoada. Repudiar é o mínimo para uma figura com perfil que operou uma fantástica metamorfose. Foi em pouco tempo de uma caricatural militante de um grupo feminista, com direito a poses e fotos de peito aberto, a líder de um minúsculo agrupamento político radical de direita. É preciso denunciar a farsa.
A causa feminista serviu de trampolim a essa oportunista do momento em que as mulheres brasileiras saíam às ruas para lutar por direitos. Não foi a única e nem será a última. A militância no Brasil está repleta de falsas lideranças que usurpam espaços de verdadeiras militantes, assim como há muitas que publicam falsas comunicações de abusos sexuais. A mídia nacional está repleta desses casos que prejudicam um já difícil enfrentamento da violência contra as mulheres e as crianças, que só faz crescer no país.
Apoiar e incentivar os registros de ataques sexuais e de agressões às mulheres e crianças sempre fez parte do dia-a-dia de quem busca construir uma sociedade menos violenta, e educar para uma cultura de paz. Precisamos avaliar as circunstâncias em que a denúncia aparece para não comprometer a luta maior em defesa de mulheres e crianças agredidas e violentadas.
A construção e consolidação da luta feminista no país é um longo processo histórico. Sério, consistente, começou pelo direito ao voto e ao trabalho, e hoje, na sua quarta fase, deve repudiar efêmeras e trôpegas figuras midiáticas, assim como falsas comunicações, as fake news.
O contínuo trabalho do PSDB-Mulher na sua história de 21 anos de existência reafirma essa luta por uma sociedade menos desigual. O tempo e a boa prática política tucana não relegaram as suas batalhadoras ao esquecimento. O exemplo mais recente é a premiação pela Medalha Ceci Cunha, criada em 2019, para o reconhecimento de mulheres que lutam por esses ideais de igualdade e combate à violência.
É fundamental diferenciar o “joio do trigo” para darmos continuidade e garantir com segurança que estamos no caminho certo. Desse trabalho são gerados bons frutos para toda a sociedade, e não apenas para as mulheres.
É um constante e permanente processo em que a resiliência, a persistência e a insistência – especialmente nos momentos mais adversos – moldam a personalidade das verdadeiras militantes da causa da mulher. À fakes e falsas, nosso movimento diz Basta!
PSDB-Mulher
Data do Editorial: 22/06/2020