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Em seminário, Cármen Lúcia afirmou sofrer preconceito por ser mulher

A ministra Cármen Lúcia, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), contou ter sofrido preconceito por ser mulher na carreira na área jurídica e ao longo da vida. Ela relatou isso em um seminário realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV) na última segunda-feira (12).

“Há (preconceito) por ser juíza? Sim. Por ter chegado a uma determinada situação? Às vezes, muito mais. Mas eu não sou nem um pouco cega para não ver que em outros lugares em que mulheres que tiveram muito menos oportunidade também houve muito maior preconceito e que, muitas vezes, acontece isso porque as mulheres não reagem, até por conveniência”, disse.

Para a ministra, é importante se discutir sobre o assunto. “Essa é uma construção social da qual estamos distantes. Não é com tempo que chegamos lá. É com esforço de cada brasileiro. Não entrego a responsabilidade à sociedade por isso. Muitas vezes, nos acanhamos. O preconceito continua e o Direito não resolve. O que resolve é a sociedade sabendo do preconceito e sabendo como lidar com ele”, acrescentou.

Ela também lembrou de quando visitou penitenciárias como presidente do STF, em que pode presenciar uma situação inferior das mulheres em relação aos homens. “A fila de visita a mulheres não tem quase ninguém porque muitas vezes os chefes daquelas famílias proíbem até mesmo as mães de visitarem as filhas. Que sociedade teremos com essa falta de olhar? Que sociedade queremos ter para que a gente mude? ”, questionou, acrescentando que o Direito tem que garantir às mulheres “que elas sejam o que querem”.

*Com informações do Estadão