Nas eleições de 2018, oito estados brasileiros deixarão de fora as mulheres na disputa pelo governo dos estaduais. De acordo com levantamento do G1, Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul e Rondônia não lançaram nenhuma candidata a chefia do Executivo estadual durante o período de convenções, que terminou no domingo (5).
Esse cenário ainda pode mudar, pois os partidos ainda precisam registrar as candidaturas até o dia 15 e poderão, até o dia 17, fazer alterações nas chapas. Nesse período, podem ocorrer desistências e substituições.
A 1ª tesoureira do PSDB-Mulher e candidata a deputada estadual pelo Amazonas, Cecília Otto, lamentou a ausência feminina na disputa, mas acredita que esta realidade começou a mudar no momento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para as candidaturas femininas.
“Pela primeira vez nós estamos vendo mulheres se candidatando sem que o partido faça o convite. Elas mesmo tomaram a iniciativa. Isso foi notório. Outra coisa também que preciso destacar é o compromisso do PSDB-Mulher em não aceitar candidaturas laranjas. Isso é muito importante. Temos apenas seis candidatas no Amazonas, mas posso assegurar que nenhuma é laranja”, disse.
Para a tucana, as eleições deste ano servirão como termômetro em relação as novidades eleitorais sobre as candidaturas de mulheres. “Vamos poder comprovar que a falta de recursos era o nosso principal problema. Os resultados dessa eleição mostrarão que podermos, sim, gerenciar os recursos a nosso favor. Estou esperançosa de que aumentaremos os espaços para as mulheres nos cargos de destaque do governo”, completou.
O número de estados sem mulheres candidatas ao governo em 2018 é menor do que o registrado em 2014. Há quatro anos, foram 10 estados (Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba Pernambuco e São Paulo), de acordo com os registros do Tribunal Superior Eleitoral. Em 2010, foram 13, e em 2006, 9.
A região Norte, assim como em anos anteriores, concentra o maior número de estados sem candidaturas de mulheres ao governo: .
2018: Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia
2014: Acre, Amapá Amazonas e Pará
2010: Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins
2006: Acre, Amazonas e Amapá e Tocantins
Para Cecília, mesmo com as novidades que beneficiam as mulheres, é preciso reforçar o trabalho de conscientização no estado. “Aqui, nós já tivemos muitas primeiras damas que fizeram a diferença no social. Temos também uma deputada e uma senadora. Mas é preciso mais. É preciso que as mulheres queiram tomar à frente da política e assumam uma postura ativa na mudança de vida das brasileiras”, concluiu.