Um franciscano. É assim que o governador Geraldo Alckmin é definido entre os que conhecem a sua intimidade. Franciscano é um adjetivo usado pela Igreja Católica para definir uma pessoa desprovida de vaidade, muito religioso, e que abre mão dos seus próprios interesses para ajudar o próximo. Enxerga o outro mais do que a si mesmo.
Quando o papa Francisco escolheu este nome para si de imediato não só os católicos mas o mundo todo compreenderam o propósito que ele tinha e qual era a sua conduta pessoal. Afinal São Francisco de Assis, de cujo nome e exemplo surgiu na Igreja Católica o franciscanismo, abriu mão de tudo que tinha – era um jovem rico – para viver como pobre e trabalhar pelos que mais precisavam na sua época.
É claro que o governador não é tão franciscano assim e veio da classe média mas, tirando outro católico, o ex-senador Pedro Simon, é certamente o político brasileiro de expressão mais
próximo desse perfil. Mão fechada, hábitos simples, Alckmin externa até sem querer essas características.
Próximo ao natal de 2016 visitei-o no Palácio dos Bandeirantes e ele contava, eufórico, que, naquele dia, iria ao Aeroporto à noite apanhar uma neta que mora na Noruega, com a mãe. Não resisti à pergunta: ela ficará até o Ano Novo? Ele disse : “Não, volta, infelizmente, na noite de Natal”. Perguntei: “Vai deixar sua neta passar o Natal dentro de um avião”? Ele me
respondeu: “Não, é que a passagem nesse dia é mais barata”.
São Paulo é o estado mais rico do Brasil e num país onde muitos políticos saem dos mandatos, na maioria das vezes, mais ricos do que entraram, casou-me perplexidade a
resposta do governador e minha admiração por ele aumentou ainda mais. Compreendi também porque ele resistiu de forma tão brava ao desalento com a morte de um filho, Thomaz, pai da neta que aguardava no natal de 2016, cujo helicóptero do qual era piloto, foi acidentado. As pessoas abnegadas, simples, religiosas, são muito mais fortes para enfrentar uma adversidade desta natureza.
Naquele acidente, o governador não só deu um exemplo de equilíbrio pessoal – o que é fundamental a um líder de expressão – como ficou denudado o que a maior parte das pessoas não sabia. Ele não buscou uma sinecura para o filho, como fazem muitos pais poderosos sobretudo no Brasil. Deixou que ele fosse exercer sua profissão em uma empresa privada como qualquer outro jovem brasileiro sem pai famoso.
Ninguém melhor do que uma pessoa com este perfil para presidir o PSDB neste momento difícil e para nos representar também numa empreitada muito difícil que é a eleição presidencial de 2018. Na campanha ele será mostrado como o grande gestor que é, já tendo recebido do povo paulista por três vezes o comando do estado e jamais ter decepcionado seus eleitores. No entanto, a população quer muito mais que um gestor.
Anseia por alguém de comportamento simples, sem ambições e que jamais usou dinheiro público para seu proveito pessoal e de sua família. Por tudo isso, o PSDB disputará a eleição 2018 com o homem certo para a hora certa.
*Terezinha Nunes é deputada estadual e presidente do PSDB Mulher de Pernambuco