Os casos de estupro no Distrito Federal tiveram um pico considerável. Segundo o governo, nos primeiros dez meses de 2017, ocorreram 31,3% violências sexuais a mais em comparação ao mesmo período do ano anterior – o número saltou de 556 para 743 ocorrências. Para a presidente do PSDB-Mulher do Distrito Federal, Luiza Werneck, é importante que as mulheres se sintam à vontade para denunciar e falar sobre o crime.
A tucana destacou que as mulheres estão denunciando mais, o que colabora para mudar a realidade de agressão. “A mulher está tendo mais abertura para falar sobre esses abusos, antes elas tinham muito mais medo, se sentiam culpadas pelo estupro. Hoje também estão registrando de forma correta, muitas vezes quem notificava o caso não permitia que os números fossem transmitidos”, pontuou.
Luiza Werneck lembrou que, no geral, em grande parte dos casos, o estupro é cometido pelo próprio parceiro. No DF, 66% das vítimas de violação sexual possuíam algum tipo de ligação com o autor do crime. Em casos considerados como “estupro de vulnerável”, em menores de 14 anos, o índice disparou e chegou a 93%.
A presidente do secretariado da mulher do Distrito Federal destacou o trabalho realizado pelo projeto Lidera, realizado pela Delegacia da mulher, que ajuda na promoção do conhecimento sobre os direitos da mulher. Ela destacou, contudo, que é preciso que seja dada mais atenção aos centros de atendimento à mulher.
Mais apoio
“Precisamos operacionalizar para que as políticas públicas recebam investimento, elas precisam de infraestrutura e de pessoal qualificado. Se no Distrito Federal, onde se concentra o poder, está assim, imagine nos demais estados. Precisamos conscientizar a todos que é preciso dar condições de trabalho dignas para que os atendimentos melhorem”, destacou Luiza.
O governo do Distrito Federal (GDF) realizou o levantamento com base nas estatísticas criminais da região e do programa local Viva Brasília aos dados do 11º Anuário Brasileiro da Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança (FBSP), divulgado em outubro.
O monitoramento revelou também que o DF registrou a menor taxa de homicídios dos últimos 17 anos, com 405 assassinatos. Em 74% dos crimes, os autores já tinham passagem pela polícia.