A Síndrome Congênita do Zika é um mal que, mesmo após o grande surto existente em 2015 e 2016, ainda vem preocupando muito os profissionais da saúde e a sociedade em geral, principalmente no nordeste brasileiro. Alagoas, infelizmente, tem um dos piores índices e um número cada vez mais crescente de pessoas acometidas pela doença. Porém, no caso de mulheres grávidas e infectadas pelo vírus, a situação é bem mais agravante, já que pode vir a gerar alterações no sistema nervoso central do feto e a tão temida microcefalia.
Anteriormente, pouco se conhecia sobre a microcefalia. Mesmo os casos medicinalmente comprovados não possuíam causas associadas, chegando a cogitar-se a possibilidade de vacinas vencidas, o estado nutricional das gestantes, co-infecção com outros vírus e até mesmo o uso de larvicidas. Foi então que, em 2016, após inúmeros estudos científicos – dada a urgência da situação, comprovou-se que o zika causa lesões nos cérebros dos bebês ainda em gestação.
Sou uma grande defensora dessa causa, principalmente porque acompanho de perto o mal trazido para o desenvolvimento infantil e também porque sei, por meio de estudos, que a maioria das mulheres da epidemia de Zika em Alagoas representa o retrato da desigualdade social brasileira: jovens, negras ou indígenas, pouco escolarizadas, desempregadas, na qual três em cada quatro delas vivenciou a primeira gravidez ainda na adolescência. Além disso, quase todas são totalmente dependentes da saúde pública, assistência social e educação para cuidar de si e de seus filhos afetados pela síndrome.
Meu objetivo, e de todos aqueles que trabalham junto a mim nessa causa, é não só intensificar diariamente a assistência aos bebês já afetados pela Síndrome Congênita do Zika, mas também buscar novos casos por meio do acompanhamento de mulheres grávidas em pré-natal, pois muitos deles são descartados e excluídos, pela falta de um diagnóstico correto.
É uma luta diária, da qual não desistirei. Todas as crianças vítimas dessa síndrome precisam de atendimento médico, exames especializados e medicamentos de alto e médio custo.
O Estado precisa assumir seu papel em dar assistência a essas crianças que precisam de uma melhor qualidade de vida, assim como suas famílias que merecem compartilhar da alegria de verem seus filhos crescendo e se desenvolvendo com alegria e acompanhamento adequado. Ainda há muito a ser feito por essas crianças e, enquanto eu puder auxiliar para que ao menos um pouco disso torne-se realidade, certamente farei.
*Vereadora de Maceió pelo PSDB-AL