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Brasil registra quase 4 mil pedidos de refúgio de venezuelanos

Com o agravamento das crises política e econômica na Venezuela, sob o comando de Nicolas Maduro, o fluxo de refugiados venezuelanos no Brasil aumentou expressivamente nos últimos dois anos. De acordo com o Ministério da Justiça, o número de pedidos de refúgio de pessoas vindas do país vizinho quadruplicou nesse período, passando de 829 pedidos, em 2015, para 3.971 solicitações só até maio deste ano. Os dados são apenas uma fatia da mais grave crise humanitária registrada desde 1945, quando foi fundada a Organização das Nações Unidas (ONU). Em todo o mundo, mais de 65 milhões de refugiados e deslocados buscaram outros países em 2016. Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, a deputada federal Bruna Furlan (PSDB-SP) alerta para a gravidade da situação, mas confirma que as autoridades estão buscando meios para ajudar os venezuelanos e, ao mesmo tempo, garantir a organização nos estados brasileiros que mais recebem as correntes de refugiados.

“Eu olho com muita preocupação o que está acontecendo, mas o que me alegra é saber que já existe uma movimentação grande, um trabalho que está feito por organismos internacionais. Eu fico feliz de saber que vários esforços estão sendo congregados para que essa questão tenha o menor impacto possível dos que vivem em Roraima, e que seja mais leve para os venezuelanos, que estão aqui não porque querem, mas porque não tem mais como ficar na Venezuela. E cabe a nós dar essa ajuda humanitária”, disse.
A maioria dos refugiados venezuelanos se abriga hoje na cidade de Boa Vista, em Roraima, onde o governo estadual diz receber cerca de 30 mil pessoas. O Brasil já organiza a instalação de um campo de refugiados no local para receber as milhares de pessoas que ingressam no país. Para garantir um acolhimento seguro, Bruna Furlan reforça que o Brasil precisa contar com o apoio de organizações internacionais.

“Embora seja um estado belíssimo, de um povo muito bom e trabalhador, Roraima não tem condições de receber tanta gente. Então, nós precisamos nos juntar com organismos internacionais, como a ONU, a Acnur, a Organização Internacional de Migração, para que possamos promover ações e políticas públicas de inclusão, para que essas pessoas não sejam marginalizadas pela sua condição”, apontou a parlamentar.

Bruna Furlan lembra que em meio a atual crise humanitária, o Brasil deu um grande passo na definição dos direitos e deveres de imigrantes no país por meio da nova Lei da Migração, de autoria do atual chanceler brasileiro, senador licenciado Aloysio Nunes, do PSDB.