NotíciasOpinião

“No grego e no latim, crise é interpretada como julgamento”, por Solange Jurema

Em tempos de crise, é preciso olhar por entre as árvores, como ensinam os antigos, e buscar soluções. O Brasil real é o que sofre com as enchentes e as mães que ficam em filas intermináveis para garantir vagas para os filhos. É o Brasil de gente que acompanha com desalento os descaminhos da política, mas que também sabe que é pela política que se constrói alternativas para educação e saúde.

Reunidas em Brasília, na semana passada, as prefeitas do PSDB – que representam 82 municípios – arregaçaram as mangas e definiram as prioridades. É preciso investir mais no social e de forma efetiva, a partir da construção de creches e pré-escolas e meios para mantê-las. Para isso, é fundamental promover a Reforma Tributária.

Só uma distribuição tributária mais justa pode permitir aplicar de forma mais adequada os impostos federais e estaduais. A má distribuição dos recursos prejudica os pequenos e médios municípios, penalizados pela impossibilidade de garantir uma infraestrutura básica, como atendimentos simples nos postos de saúde.

Nos dois dias de reuniões, em Brasília, as tucanas se queixaram da impotência que sentem quando abordadas com apelos por mais creches e escolas para os bebês e crianças com menos de 6 anos. As mães sabem que só pela educação é possível pensar em um Brasil mais justo e equânime.

Neste momento, a inspiração vem da pequena Rivânia, de 8 anos, em São José da Coroa Grande, no litoral de Pernambuco, que ao se deparar com a água tomando conta da casa dela fez uma escolha rápida: salvar a mochila com os livros e o caderno do colégio. Sorridente, a menina sonha em ser médica e professora, assim como com dias melhores.

* Solange Jurema é ex-ministra do governo Fernando Henrique Cardoso e presidente do Secretariado Nacional da Mulher-PSDB